Como devo manejar um paciente com bócio nodular tóxico (doença de Plummer- adenoma tóxico e bócio multinodular tóxico)?

| 11 dezembro 2014 | ID: sofs-15667
Solicitante:
CIAP2:
DeCS/MeSH: ,
Graus da Evidência:

O nódulo autônomo de tireóide, junto com o bócio multinodular tóxico, constituem as principais causas de hipertireoidismo no idoso (hipertireodismos apatético). Do ponto de vista fisiopatológico, produzem e secretam hormônios tireoidianos independentemente do estímulo pelo TSH. À medida que os nódulos crescem, aumenta a produção de T3 e T4, suprime-se a de TSH, e os nódulos aparecem como hipercaptantes ou “quentes” à cintilografia.
Em relação ao adenoma tóxico, o tratamento desses pacientes com drogas antitireoidianas não induzem remissão da doença, no entanto, podem ser utlizadas para atingir o estado eutireoideano em casos graves até o tratamento definitivo. Em idosos, com contraindicação aos tratamentos cirúrgicos e com iodo radioativo, pode-se manter o tratamento contínuo com doses baixas de metimazol (Nível D)¹. Pacientes sem condições clínicas de cirurgia ou com recusa à esse procedimento são candidatos à terapia com I131 (Nível D)¹.
Como opções terapêuticas definitivas, temos a radioidoterpia com Iodo 131 e a tireoidectomia.
O tratamento cirúrgico resulta em normalização mais rápida e confiável dos níveis hormonais e redução nodular com baixa morbi-mortalidade. Ablação por radioiodo também é segura e efetiva, usualmente requerindo uma única dose, mas a normalização hormonal é mais demorada e o tratamento é falho na redução do bócio (Nível B)².
Outras opções como a injeção percutânea de etanol dirigida por ultra–som, ablação a laser ou por radiofrequência tem sido propostas como terapêuticas alternativas no tratamento de nódulo tireoideano autônomo, quando os tratamentos tradicionais estão contraindicados ou foram recusados pelo paciente (Nível B).¹
O BMNT constitui a segunda causa mais frequente de hipertireoidismo e, como o adenoma tóxico, é mais comum em áreas onde há carência de iodo (Nível A)³.
As opções de tratamento são as mesmas descritas para o adenoma tóxico. O tratamento com tionamidas costuma ser reservado apenas para o preparo do pacientes antes do iodo radioativo ou da cirurgia, a fim de controlar o hipertireoidismo, uma vez que a doença é autônoma e, portanto, na retirada da tionamida há reativação do quadro.
Nestas situações, é aconselhado que o médico da APS acompanhe conjuntamente com o especialista focal


Bibliografia Selecionada:

  1. MAIA, Ana Luiza et al . Consenso brasileiro para o diagnóstico e tratamento do hipertireoidismo: recomendações do Departamento de Tireoide da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia. Arq Bras Endocrinol Metab,  São Paulo ,  v. 57, n. 3, abr.  2013 .   Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-27302013000300006&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 11 dez 2014.
  2. Kang, A. S., Grant, C. S., Thompson, G. B., & van Heerden, J. A. (2002). Current treatment of nodular goiter with hyperthyroidism (Plummer’s disease): surgery versus radioiodine. Surgery, 2002; 132(6), 916-923.
  3. Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Matabologia. Hipertireiodismo. Projeto Diretrizes. 2006. Disponível em:<http://www.projetodiretrizes.org.br/ans/diretrizes/doenca_nodular_da_tireoide-diagnostico.pdf > Acesso em: 11 dez 2014.