A ferida operatória pós-cesariana deve ser limpa apenas com gaze e solução salina fisiológica, após as primeiras 48 horas, para evitar a formação ou manutenção de crostas hemáticas (restos de sangue), facilitando o momento da retirada dos pontos e a qualidade final da cicatriz (1,2). Não é necessário aplicar qualquer outra substância, exceto sob recomendação do médico assistente. A sutura da área genital, nos casos de parto vaginal, não necessita curativo. Nestes casos, indica-se às pacientes que façam a higienização com água corrente e sabonete após defecarem ou urinarem (1).
COMPLEMENTAÇÃO
O curativo oclusivo protege a ferida de traumas e contaminações, reduz o “inchaço” local e a dor, previne a formação de coleções líquidas e promove a absorção das secreções presentes. Em ferimentos pouco complexos e não contaminados, o curativo recomendado, após a sutura, é a fita adesiva microporosa (conhecida como Micropore) (2). A incisão deve ser examinada diariamente, em busca de evidências de infecção. Os pontos, em geral, são retirados em 7 a 10 dias (1,3).
ATRIBUTOS APS
Esta fase em que a paciente se encontra é conhecida como puerpério, e a mulher é chamada puérpera. O puerpério é o período do nascimento do bebê até 45 dias após o parto. Neste período, devem ser dadas algumas orientações à puérpera (4):
Necessidade de retorno ao hospital na ocorrência de sinais de infecção: febre, dor (abdominal e/ou na ferida cirúrgica) e sangramento;
Necessidade de realizar duas consultas até o 42º dia após o parto;
Conversar sobre a importância da amamentação do bebê, caso não haja contraindicação;
Levar o recém-nascido para iniciar as consultas de puericultura na Unidade de Saúde;
Orientar para o início do esquema vacinal da criança (BCG, hepatite B) e, se for o caso, para completar o esquema vacinal da mãe (dT e rubéola);
Orientar a realização dos testes do pezinho, orelhinha e olhinho no recém-nascido;
Não colocar objetos no coto umbilical da criança (como café, moeda, faixa, fumo e outros).
Bibliografia Selecionada:
FREITAS, F. et al. Rotinas em ginecologia. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2010.
DUNCAN, Bruce Bartholow et al.Medicina ambulatorial:condutas de atenção primária baseadas em evidências. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2013
CUNNINGHAM, F. et al. Obstetrícia de Williams. 23. ed. Porto Alegre: AMGH, 2011.
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Guia prático do agente comunitário de saúde. Brasília : Ministério da Saúde, 2009. (Série A. Normas e Manuais Técnicos). Disponível em: <http://189.28.128.100/dab/docs/publicacoes/geral/guia_acs.pdf>. Acesso em: 15 jun 2016.