Na ocorrência de dois ou mais episódios de infecção do trato urinário (ITU) na gestação, deve-se prescrever profilaxia antimicrobiana, ou seja, a paciente deverá receber o antibiótico mesmo sem estar com ITU. Para a profilaxia os antibióticos mais utilizados são a nitrofurantoína (100mg), a ampicilina (500mg) ou a cefalexina (500mg) por via oral, com uma dose à noite, até duas semana após o parto. As gestantes devem ser orientadas a manter uma ingestão adequada de líquidos e urinar com frequência.
A infecção recorrente do trato urinário (ITU) refere-se a 2 infecções em seis meses ou 3 infecções em um ano. A maioria das recorrências é na verdade reinfecções, e não recidiva, embora ocasionalmente um foco persistente possa produzir infecção recidivante. É útil tentar distinguir clinicamente entre recidiva e reinfecção, porque infecções reincidentes necessitarão de avaliação urológica mais extensa, terapia mais longa, e, em alguns casos, a cirurgia.
No entanto, este diagnóstico diferencial raramente é necessário em jovens mulheres saudáveis com ITUs recorrentes. Não há evidência de que a ITU recorrente conduz a problemas de saúde, tais como hipertensão ou doença renal, na ausência de anormalidades anatômicas ou funcionais do trato urinário. Estas infecções recorrentes são comuns e acontecem mesmo em mulheres sem alterações anatômicas ou fisiológicas do trato urinário. Em um estudo com universitárias com a primeira ITU, 27% tiveram pelo menos uma recorrência confirmada por urocultura dentro dos primeiros seis meses; e 2,7% apresentaram uma segunda recidiva durante este mesmo período.
A profilaxia antimicrobiana nestas situações tem sido altamente eficaz, reduzindo consideravelmente o risco de ITUs recorrentes.
Pacientes com queixas urinárias, principalmente gestantes, devem ter o acesso ao atendimento facilitado e com a maior brevidade possível, a fim de poder diagnosticar a tempo a infecção do trato urinário e poder tratar, evitando complicações decorrentes do atraso no início do tratamento.