Por não haver, até o momento, evidências científicas de que o rastreamento do câncer de próstata possa produzir mais benefício que dano, o Instituto Nacional de Câncer recomenda que não se organizem ações de rastreamento para o câncer da próstata e que homens que demandam espontaneamente a realização de exames de rastreamento, sejam informados por seus médicos sobre os riscos e benefícios associados a esta prática, e a tomada de decisão seja compartilhada entre o profissional e seu paciente.
As taxas de mortalidade por câncer de próstata não parecem ser alteradas por programas de rastreamento com PSA. Além disso, a lenta progressão da maioria dos tumores malignos da próstata (a chance de homens com câncer de próstata bem a moderadamente diferenciados, palpáveis e clinicamente localizados, de manterem-se assintomáticos é de 70% em 5 anos e 40% em 10 anos) e a alta taxa de complicações dos tratamentos (impotência, incontinência urinária e fecal) tem feito com que muitos especialistas não indiquem a realização de rastreamento de câncer de próstata em homens assintomáticos.
As ações da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem buscam romper os obstáculos que impedem os homens de frequentar os consultórios médicos. Entre os seus subsídios está uma pesquisa feita com sociedades médicas brasileiras e conselhos de saúde. Divulgado em 2008, o levantamento ouviu cerca de 250 especialistas e mostrou que a população masculina não procura o médico por conta de barreiras culturais, entre outras.
É importante que o homem seja estimulado a comparecer à Unidade de Saúde para fazer sua revisão , ao menos uma vez ao ano , pois as doenças que afetam o sexo masculino são um problema de saúde pública, não se restringindo apenas a doenças da próstata (Acesso) . A cada três mortes de pessoas adultas, duas são de homens. Eles vivem, em média, sete anos menos do que as mulheres e têm maior incidência de doenças do coração, câncer, diabetes, colesterol e pressão arterial mais elevada . O Brasil é o primeiro país da América Latina e o segundo do continente americano a implementar uma política nacional de atenção integral à saúde do Homem. O primeiro foi o Canadá. A política está inserida no contexto do Programa “Mais Saúde: Direito de Todos”, lançado em 2007 pelo Ministério da Saúde para promover um novo padrão de desenvolvimento focado no crescimento, bem-estar e melhoria das condições de vida do cidadão brasileiro.