Sim. Além da prevenção da gravidez indesejada, o preservativo feminino, se uso perfeito, apresenta eficácia de 95% e de 79% com uso típico. A eficácia contraceptiva do preservativo feminino é provavelmente semelhante à do preservativo masculino.
Extrapolações de resultados sobre a eficácia contraceptiva sugerem que o preservativo feminino tem o potencial de reduzir o risco anual de infecção pelo HIV em mais de 90% entre as mulheres que têm relações sexuais duas vezes por semana com um homem infectado pelo HIV.
O preservativo masculino oferece mais de 90% de proteção contra o vírus HIV. A transmissão do HIV é reduzida em aproximadamente 85% quando os preservativos são usados 100% do tempo corretamente.
Complementação:
A camisinha feminina é uma “bolsa” feita de um plástico macio, o poliuretano, que é um material mais fino que o látex do preservativo masculino. Essa bolsa recebe o líquido que o homem libera na relação sexual, impedindo o contato direto dos espermatozóides com o canal vaginal e com o colo do útero da mulher, evitando assim a transmissão de doenças sexualmente transmissíveis, a transmissão do HIV, e prevenindo a gravidez não planejada.
A bolsa tem 15 centímetros de comprimento e oito de diâmetro, sendo, portanto, bem mais larga que o preservativo masculino. Tem, porém, maior lubrificação. Na extremidade fechada existe um anel flexível e móvel que serve de guia para a colocação da camisinha no fundo da vagina. A borda do outro extremo termina em outro anel flexível, que vai cobrir a vulva (parte externa da vagina).
Como usar:
Para colocar a camisinha feminina encontre uma posição confortável. Pode ser em pé com um pé em cima de uma cadeira, sentada com os joelhos afastados, agachada ou deitada.
1. Segure a camisinha com o anel externo pendurado para baixo:
2. Aperte o anel interno e introduza na vagina; com o dedo indicador, empurre a camisinha o mais fundo possível (a camisinha deve cobrir o colo do útero)
3. O anel externo deve ficar uns 3 cm para fora da vagina – não estranhe, pois essa parte que fica para fora serve para aumentar a proteção (durante a penetração, pênis e vagina se alargam e então a camisinha se ajusta melhor. Até que você e o seu parceiro tenham segurança, guie o pênis dele com a sua mão para dentro da sua vagina.
4. Com o vaivém do pênis, é normal que a camisinha se movimente. Se você sentir que o anel externo está sendo puxado para dentro, segure-o ou coloque mais lubrificante; uma vez terminada a relação, retire a camisinha apertando o anel externo; torça a extremidade externa da bolsa para garantir a manutenção do esperma no interior da camisinha; puxe-a para fora delicadamente.
Cuidados necessários ao usar a camisinha feminina:
• Usar a camisinha feminina desde o começo do contato entre o pênis e a vagina;
transar uma única vez com cada camisinha feminina. Usar a camisinha feminina mais de uma vez não previne contra as DST e gravidez.
• Guardar a camisinha feminina em locais frescos e secos;
• Nunca abra a camisinha feminina com os dentes ou outros objetos que possam danificá-la.
O Ministério da Saúde começou a distribuir camisinhas femininas pelo Sistema Único de Saúde. Uma vantagem do preservativo feminino é que as mulheres podem assumir a decisão sobre usar ou não o preservativo gerando maior autonomia.
Atributos da APS:
Acesso/Integralidade – A autonomia da mulher sobre seu corpo, a saúde sexual e reprodutiva como escolha e opção livre e esclarecida, passam pelo acesso a tecnologias e insumos que possibilitem seu exercício. A camisinha feminina representa uma opção libertadora das escolhas masculinas. A APS tem o compromisso de oferecer cuidados integrais e democráticos, além de disponibilizar a camisinha feminina. com orientação e esclarecimento de como e porque usá-la.
Educação comunitária – Educar a comunidade para que saibam as formas de prevenção de DST, assim como recursos disponíveis para prevenção na AB é atribuição da equipe de saúde.
1. Ruiz-Perez I, Murphy M, Pastor-Moreno G, Rojas-Garcia A, Rodriguez-Barranco M. The Effectiveness of HIV Prevention Interventions in Socioeconomically Disadvantaged Ethinic Minority Women: A Systematic Review and Meta-Analysis. Am J Public Health. 2017 Dec;107(12): e13-e21. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29048965
2. Brasil. Ministério da Saúde. Biblioteca Virtual em Saúde. Camisinha Feminina [internet]. [acesso em 30 jun 2018]. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/dicas-em-saude/699-camisinha-feminina
3. Brasil. Ministério da Saúde. Blog da Saúde. Saiba por que o preservativo feminino é uma excelente alternativa preventiva [internet]. [acesso em 3º jun 2018]. Disponível em: http://www.blog.saude.gov.br/index.php/servicos/52918-saiba-por-que-o-preservativo-feminino-e-uma-excelente-alternativa-preventiva
4. Marfatia YS, Pandya I, Mehta K. Condoms: Past, present, and future. Indian J Sex Transm Dis AIDS. 2015 Jul-Dec;36(2):133-9. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4660551/
5. Trussell J, Sturgen K, Strickler J, Dominik R. Comparative contraceptive efficacy of the female condom and other barrier methods. Fam Plann Perspect. 1994 Mar-Apr;26(2):66-72. Disponível em: https://www.jstor.org/stable/2136004