A interrupção do tabagismo é a medida de maior custo-efetividade para redução do risco de desenvolvimento de DPOC e, além disso, é o método mais importante na modificação do desfecho de pacientes já portadores da doença em qualquer estágio. Cabe ressaltar ainda que a interrupção do tabagismo trará benefícios não apenas ao paciente portador da doença, mas também aos seus familiares, os quais estão expostos ao tabaco de forma indireta.
A realização de grupos antitabagismo, aconselhamento individual e prescrição de medicamentos que auxiliem na interrupção do tabagismo são factíveis no nível de atenção primária à saúde e devem ser viabilizadas pelo gestor do SUS.
Dois ensaios clínicos randomizados evidenciaram que a combinação de intervenção psicossocial com tratamento farmacológico, para interrupção do tabagismo em pacientes portadores de DPOC, é superior ao não tratamento e a não intervenção psicossocial isolada ao se analisarem as taxas de abandono do tabagismo.
Os principais estudos que fundamentaram essas conclusões foram o estudo de Anthonisen (1), o qual comparou um grupo que recebeu intervenção psicossocial e farmacológica com um grupo que não recebeu nenhum tipo de intervenção e o estudo de Tashkin (20, o qual comparou um grupo que recebeu intervenção psicossocial e farmacológica com um grupo que recebeu intervenção psicossocial e placebo.
Não há evidência da efetividade de qualquer intervenção psicossocial isolada em pacientes com DPOC devido à ausência de número suficiente de estudos de alta qualidade.