Não. Os procedimentos odontológicos não diferem, tecnicamente, daqueles realizados em qualquer indivíduo e devem ser feitos na Atenção Básica sempre que possível. A diferença está na forma como a pessoa autista deve ser abordada e condicionada. A abordagem dos pacientes pode ser de forma lúdica, sempre com elogios ao seu comportamento. É importante que a Equipe de Saúde Bucal fique atenta ao comportamento do autista para que identifique posturas de repulsa, de relaxamento, de medo ou de desconfiança, sabendo se posicionar quando oportuno.
É importante, ainda, criar uma rotina de atendimento para o paciente autista, realizando várias visitas ao consultório antes de iniciar o tratamento. Deve-se manter sempre o mesmo dia, horário e equipe profissional, uma vez que o paciente autista necessita de uma continuidade. Realizar consultas curtas, bem estruturadas e evitar espera na recepção. Utilizar comandos claros, curtos e simples, evitando palavras que provoquem medo.
Atributos da APS:
Para promover atendimento integral e resolutivo às pessoas com deficiência que necessitem de orientação, prevenção, cuidados ou assistência à saúde bucal pelo SUS, a Equipe de Saúde Bucal deve estar adequadamente capacitada para acolher, prestar assistência às queixas, orientar para exames complementares, acompanhar a evolução de cada caso e encaminhar os pacientes para unidades de Atenção Especializada Ambulatorial e Hospitalar, para os casos de maior complexidade e para os que necessitem de atendimento sob anestesia geral, e outras estruturas da rede quando for necessário. Porém, destaca-se que o paciente deve ser contra referenciado para a AB para manutenção da saúde bucal, controle da dieta e acompanhamento no território.