A depressão é bastante presente no nosso cotidiano da Atenção Primária à Saúde e pode ser tratada pela equipe da Estratégia de Saúde da Família (ESF). É uma patologia multifatorial e, assim, exige que tenhamos um olhar ampliado de saúde. Iniciaremos pela saúde mental em geral.
Trabalhar com saúde mental implica termos um olhar integral sobre o sujeito, sua cultura, sua família e seus valores. Isso exige que as intervenções não se limitem apenas ao tratamento medicamentoso (indicado nas depressões moderadas e graves) ou a psicoterapia individual, por exemplo.
No contexto da atenção primária à saúde, a saúde mental é um dos maiores motivos de busca de atendimento e deve ser acolhida pelas equipes de saúde da família. Qualquer profissional dessa equipe pode fazer a primeira escuta do usuário e depois discutir o caso com os colegas para pensar num melhor encaminhamento.
É importante que o profissional tenha bom vínculo com o paciente, que deve ser estabelecido com tempo e paciência. Sugiro que os ACS e/ou profissionais de referência para a família possam iniciar o vínculo através de visitas domiciliares. Os ACS auxiliam a equipe identificando os sinais e facilitando o acesso destes usuários ao serviço para que um possível diagnóstico seja feito pelo médico ou psicólogo. Deve-se estar atento para não “rotular” como depressão quadros em que o usuário apresenta é somente tristeza (por exemplo em um luto ou em uma separação). Depressão é diferente de tristeza.