Como identificar quem está com depressão e o começo dela?

| 2 outubro 2014 | ID: sofs-6957
Solicitante:
CIAP2:
DeCS/MeSH: ,
Graus da Evidência:

A depressão é bastante presente no nosso cotidiano da Atenção Primária à Saúde e pode ser tratada pela equipe da Estratégia de Saúde da Família (ESF). É uma patologia multifatorial e, assim, exige que tenhamos um olhar ampliado de saúde. Iniciaremos pela saúde mental em geral.
Trabalhar com saúde mental implica termos um olhar integral sobre o sujeito, sua cultura, sua família e seus valores. Isso exige que as intervenções não se limitem apenas ao tratamento medicamentoso (indicado nas depressões moderadas e graves) ou a psicoterapia individual, por exemplo.
No contexto da atenção primária à saúde, a saúde mental é um dos maiores motivos de busca de atendimento e deve ser acolhida pelas equipes de saúde da família. Qualquer profissional dessa equipe pode fazer a primeira escuta do usuário e depois discutir o caso com os colegas para pensar num melhor encaminhamento.
É importante que o profissional tenha bom vínculo com o paciente, que deve ser estabelecido com tempo e paciência. Sugiro que os ACS e/ou profissionais de referência para a família possam iniciar o vínculo através de visitas domiciliares. Os ACS auxiliam a equipe identificando os sinais e facilitando o acesso destes usuários ao serviço para que um possível diagnóstico seja feito pelo médico ou psicólogo. Deve-se estar atento para não “rotular” como depressão quadros em que o usuário apresenta é somente tristeza (por exemplo em um luto ou em uma separação). Depressão é diferente de tristeza.


Algumas dicas:

Avaliação de sinais e sintomas:
O principal sintoma da depressão é o humor deprimido. A pessoa vem se sentindo triste a maior parte do dia durante pelo menos 2 semanas. Outros sintomas importantes são a perda de interesse nas coisas do dia-a-dia e o desânimo, cansaço, perda de energia. Também podem estar presentes a diminuição de concentração, de atenção, de autoestima e de apetite. O sono costuma estar alterado, para mais ou para menos. Pensamentos como ideias de culpa e inutilidade, vontade ou ato de se machucar ou suicidar, além de visões desoladas e pessimistas do futuro podem fazer parte do quadro. Algumas vezes, as pessoas com depressão não relatam esses sentimentos e ideias, por terem preconceito com relação a esse problema, mas referem os sintomas físicos, como sensação de desconforto no batimento cardíaco, constipação, dores de cabeça, dificuldades digestivas. É importante lembrar que, qualquer que seja a suspeita, ela deve ser confirmada por avaliação médica.

Dicas para o diagnóstico da depressão:
Pergunte…

Quando, além de depressão, o paciente se mostra desesperado, o risco de suicídio é maior.

Atributo APS – Integralidade
Atividades propostas:

SOF Relacionadas:

  1. Como identificar sintomas de depressão durante a visita do Agente Comunitário de Saúde?
  2. Como o Agente Comunitário de Saúde pode auxiliar no reconhecimento de sinais e sintomas de usuários com depressão para um diagnóstico precoce?
  3. Quais os sintomas de depressão e como trabalhar com pessoas deprimidas?
  4. Quais são os sinais e sintomas de transtornos de humor (ansiedade e depressão) que podem ser usados em uma estratégia de rastreamento populacional?
  5. Como o Agente Comunitário da Saúde pode identificar sinais de depressão pós-parto?
  6. Quais orientações os agentes de saúde podem prestar para pacientes com depressão e familiares?

 

Bibliografia Selecionada:

  1. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Guia prático do ACS. Brasilia, Ministério da Saúde, 2009. Disponível em:< http://dab.saude.gov.br/docs/publicacoes/geral/guia_acs.pdf> Acesso em: 6 out 2014.