Não é correto todo homem fazer PSA frequentemente. Entre homens aparentemente saudáveis sem qualquer sinal ou sintoma não há benefício na realização do exame, inclusive há potenciais danos. Por outro lado pessoas com sintomas ou história de câncer de próstata grave em homens muito jovens na família (menos de 65 anos) merecem avaliação individual do caso. O câncer de próstata é uma doença bastante variável. Na maioria dos casos trata-se de tumores pequenos, confinados a próstata e que não produzem sintomas nem prejuízo da saúde. Os estudos sobre detecção de câncer de próstata disponíveis até o momento mostraram que fazer o exame de PSA não diminui a mortalidade dos homens. Além disso, a realização rotineira do exame produz diagnósticos excessivos e tratamentos desnecessários. Atualmente, o Instituto Nacional de Câncer (órgão auxiliar do Ministério da Saúde) recomenda que não se organizem ações de rastreamento para o câncer da próstata e que homens que demandam espontaneamente a realização de exames de rastreamento, sejam informados por seus médicos sobre os riscos e benefícios associados a esta prática.
Mortalidade masculina e saúde dos homens Em 2009, de todos os óbitos masculinos, menos de 2% foram por causa de câncer de próstata, e destes, aproximadamente 80% em pessoas com mais de 70 anos. Por outro lado, as maiores causas de óbito entre os homens foram doenças cardiovasculares (infarto e derrame) 26%, e causas externas (violência, acidentes, etc.) mais 18%. Estes dados devem servir de subsídio para pensarmos na saúde do homem. É prioridade o controle de fatores de risco cardiovasculares como HAS, DM, obesidade e fatores relacionados a causas externas de óbitos, como uso de capacete e cinto de segurança e combate ao abuso do álcool, que está relacionado com grande parte das mortes por causas externas. Atributos da APS: ACESSO: cuidar da saúde dos homens não é uma tarefa fácil. Além de procurarem menos as unidades de saúde, os homens apresentam limitações de horário relacionadas ao trabalho. O ideal é que as Unidades de Saúde disponham de horários diferenciados para este público sem prejuízo do trabalho. INTEGRALIDADE: os homens apesar de demonstrarem menos os problemas emocionais, também podem apresentar sofrimento psicológico e precisar de ajuda. LONGITUDINALIDADE: fatores de risco como HAS, DM e obesidade são de mais fácil controle se acompanhados ao longo do tempo pela mesma equipe de saúde, que poderá fazer os ajustes necessários no tratamento. COORDENAÇÃO DO CUIDADO: é a equipe de saúde de referência da pessoa quem coordena a circulação da pessoa pelos diferentes pontos do sistema de saúde, por exemplo, o diabético deve ser encaminhado para avaliação regular do fundo de olho com o oftalmologista.
Chou R, Croswell JM, Dana T, Bougatsos C, Blazina I, Fu R, Gleitsmann K, Koenig HC, Lam C, Maltz A, Rugge JB, Lin K. Screening for Prostate Cancer: A Review of the Evidence for the U.S. Preventive Services Task Force. AHRQ Publication No. 12-05160-EF-3. October 2011. Disponível em: http://www.uspreventiveservicestaskforce.org/uspstf12/prostate/prostateart.htm Acesso em: 11 mar 2013.