O uso de corticóides sistêmicos (orais, injetáveis ou sua combinação) são benéficos no tratamento da exacerbação da asma, em pacientes adultos ou crianças que procuram atendimento e, após melhora, são liberados, reduzindo novas exacerbações (busca por atendimento) e internações. Podemos recomendar que todo paciente que venha em consulta com crise de asma (exacerbação) receba corticóide oral (exemplo: prednisona 40 mg via oral (VO) se adulto, prednisolona 1 a 2 mg/kg VO se criança ou equivalentes em dose única diária, com redução gradual ou em dose fixa, por 3 a 10 dias). Assim estaremos prevenindo casos de nova crise em curto prazo e hospitalizações.
A maioria dos estudos incluídos foi realizada em emergências, embora esse não fosse um critério de inclusão. Isso demonstra que há poucos estudos em base comunitária respondendo a atual questão. Vale ressaltar que os pacientes eram liberados após a estabilização da crise no mesmo dia. É razoável cogitar que pacientes acompanhados adequadamente em Atenção Primária (APS) tenham seu tratamento basal melhor implementado, inclusive com o uso de corticóide inalado nos casos persistentes. No entanto, enquanto nos estudos de exacerbação em crianças foram excluídas aquelas com uso prévio de corticóide inalatório, em adultos essa taxa chegava a 80% em um dos estudos e 35% nos outros dois, o que pode ter enviesado seus resultados. O papel do corticóide inalatório merece novos estudos nas exacerbações em APS, embora evidências em emergência já sugiram benefício (2). Isso não questiona a prescrição continuada de corticóide inalatório para pacientes com asma persistente, cujo benefício já está bem demonstrado em outros estudos (3). Como os estudos não mostraram diferença entre o uso do corticóide VO e Via Intramuscular (IM) (talvez porque o número de estudos/ pacientes com essa apresentação ainda seja insuficiente), o tratamento IM também pode ser realizado (ex: dexametasona 10 mg IM em adultos), podendo ser considerado especialmente para pacientes com adesão questionável, ou quando o tratamento via oral não estiver disponível, ou se houver risco de intoxicação (pacientes com função cognitiva comprometida).