Como o Agente Comunitário de Saúde pode orientar as pessoas que deixam de tomar medicação de uso contínuo para ingerir álcool?

| 27 outubro 2010 | ID: sofs-5221
Solicitante:
CIAP2:
DeCS/MeSH: ,
Graus da Evidência:

O fato de uma pessoa deixar de tomar seus remédios habituais por causa do consumo de álcool pode envolver três problemas. O primeiro deles, que gerou a dúvida, é a interação entre álcool e medicações. Entretanto, quem interrompe o uso de um medicamento para ingerir álcool também pode prejudicar um tratamento que deve ser contínuo ou, ainda, pode esconder, por trás desse motivo, o uso inadequado de álcool. O álcool é uma substância que age no sistema nervoso e interfere no nosso comportamento. Em pequenas doses, tem um efeito estimulante, deixando a pessoa mais alegre, falante e desinibida. Doses maiores costumam causar um efeito contrário, chamado de depressor, com sonolência, falta de coordenação dos movimentos e descontrole. Pessoas que usam medicações que agem no sistema nervoso, como antidepressivos, anticonvulsivantes e tranquilizantes, entre outros, podem apresentar um aumento desse efeito depressor quando fazem uso de álcool juntamente com a medicação. Além disso, o álcool interage com alguns medicamentos antibióticos e para o diabetes, podendo causar reações desagradáveis, e com alguns remédios para a pressão alta, podendo aumentar ou diminuir o seus efeitos. Se houver dúvida de alguma pessoa sobre um determinado medicamento e a sua relação com o álcool, o médico responsável pelo tratamento deve ser consultado. Pessoas que têm problemas de saúde chamados crônicos, que necessitam de tratamento de longa duração, como diabetes, pressão alta e depressão, em geral fazem uso contínuo de medicamentos, que não devem ser interrompidos.
A pausa no tratamento pode causar dificuldade no controle dessas doenças. Assim, quando uma pessoa que usa medicamentos diariamente tiver a intenção de ingerir álcool, ela deve perguntar ao seu médico sobre a possibilidade de fazê-lo sem interromper a medicação. Nesse sentido, o ACS também pode reforçar para a pessoa a importância de seguir o tratamento corretamente, sem interrupções.
Outra possibilidade para a qual devemos estar alertas é daquelas pessoas que perguntam aos profissionais de saúde sobre a relação de medicação e álcool querendo informar que fazem uso inadequado da bebida. A ingestão de álcool pode ser um problema para:


Bibliografia Selecionada:

  1. Telessaúde Brasil. Respostas baseadas em evidência para Atenção Primária. “Qual a quantidade de álcool que as pessoas podem tomar para não serem consideradas alcoolistas? [Internet]. [citado 2010 Set 01]. Disponível em: http://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/repostas-31599  Acesso em: 27 out 2010.
  2. Telessaúde Brasil. Respostas baseadas em evidência para Atenção Primária. Onde posso encontrar materiais informativos para os Agentes Comunitários de Saúde (ACS) sobre álcool e outras drogas? [Internet]. [citado 2010 Set 01]. Disponível em: http://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/repostas-3439 Acesso em: 27 out 2010.
  3. Bebidas alcoólicas [Internet]. São Paulo: Cebrid – Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas. UNIFESP. [citado 2010 Set 01]. Disponível em: http://www.unifesp.br/dpsicobio/cebrid/folhetos/alcool.htm Acesso em: 27 out 2010.
  4. Ethanol: drug information. UpToDate; v.17.1. Disponível em: http://www.uptodate.com/contents/risks-and-benefits-of-alcohol-beyond-the-basics  Acesso em: 27 out 2010.