O corpo humano possui nervos fora do cérebro e da medula espinhal, que agem na transmissão das sensações e dos movimentos. São os chamados nervos periféricos. A síndrome de Guillain-Barré é uma doença rara, mas grave, do sistema nervoso periférico. Ela ocorre quando o próprio sistema imunológico (células de defesa) da pessoa ataca os nervos, causando uma inflamação disseminada que leva a sensação de “dormência” e “formigamento” dos braços e pernas, podendo causar ainda perda de sensibilidade e paralisia temporária. A síndrome de Guillain-Barré afeta ambos os sexos (um pouco mais os homens) e todas as idades, incluindo crianças. Não se conhece a causa exata desse problema, e não há como prever quem tem mais risco de desenvolver a doença. Sabe-se, no entanto, que na maioria dos casos de Guillain-Barré a pessoa teve uma infecção nas quatro semanas anteriores.
Trata-se de uma doença de início rápido, geralmente em poucos dias. Após um quadro inicial de dor de cabeça, vômitos, febre e dores nas costas e pernas, os sintomas incluem:
- Formigamento e dormência de membros;
- Fraqueza muscular;
- Paralisia temporária de pernas, braços, face e músculos que controlam a respiração;
- Dificuldade de movimentar os olhos, falar, mastigar ou engolir;
- Dificuldade no controle da bexiga ou da digestão; e
- Frequência cardíaca lenta, ou pressão arterial baixa.
Como a síndrome de Guillain Barré surge rapidamente, o tratamento deve ser feito o quanto antes. Pode haver risco de vida, e a pessoa deve ser monitorizada de perto se a paralisia se espalhar para os músculos da respiração. Nesse caso, pode haver necessidade de respiração artificial. O grau de paralisia varia de pessoa para pessoa que apresente essa síndrome. Pode não aparecer mais do que fraqueza, mas a sensação de dormência nos dedos das mãos ou dos pés, acompanhada de fraqueza muscular, indica a procura de um médico rapidamente. A maioria das pessoas com a síndrome de Guillain-Barré recupera-se em semanas ou poucos meses, e cura-se sem deixar seqüelas. Entretanto, algumas pessoas podem levar mais tempo para se recuperar, e existe a possibilidade de dano permanente. Como os sintomas variam de pessoa para pessoa e podem ser semelhantes a várias outras doenças dos nervos, essa síndrome é de difícil diagnóstico. Os médicos geralmente usam dois exames, a eletroneuromiografia, um exame que analisa os músculos com agulhas e avaliam se eles respondem ao estímulo dos nervos, e a punção lombar, em que uma agulha é inserida na espinha para retirada de líquido. Outros dados da história da pessoa e outros exames de sangue podem ser realizados para descartar outras causas possíveis.