A seleção do tipo de tratamento – conservador, litotripsia extracorpórea por ondas de choque (LEOC), nefrolitotripsia percutânea, cirurgia convencional – para um paciente com nefrolitíase depende uma série de fatores como: sintomatologia, grau de obstrução, tamanho e localização do cálculo e associação com infecção. Além disso, segurança e custo do procedimento, tempo de recuperação, conforto do paciente, recursos disponíveis e experiência do serviço com cada modalidade terapêutica também são levados em conta (1,2). Nos serviços onde há acesso a todas as modalidades terapêuticas, LEOC costuma ser o tratamento de escolha em cerca de 70% das vezes (1). De acordo com diretrizes produzidas pela Sociedade Brasileira de Urologia e pela Sociedade Brasileira de Nefrologia (2,3), LEOC está indicada nos pacientes com cálculos renais com tamanho entre cinco e 20 milímetros no maior diâmetro, quando não houver contraindicação.
As principais restrições são: pacientes grávidas, infecções do trato urinário com quadro febril, obstrução do trato urinário distal ao cálculo ou coagulopatias intratáveis O uso de cateteres multi-fenestrados de permanência interna (cateter duplo-J) podem auxiliar na manutenção da permeabilidade da via excretora e permitir o uso de LEOC em cálculos pouco maiores que 20 milímetros de diâmetro ou em pacientes com rim único.
No caso de pacientes com cálculos de cistina, cuja LEOC apresenta reduzidos níveis de fragmentação, deve-se considerar utilizar nefrolitotripsia percutânea como primeira linha de tratamento, independente do tamanho do cálculo.