De acordo com o Caderno de Atenção Primária, Rastreamento Nº 29, de 2010, a realização do exame eletrocardiograma em pessoas que não apresentam fatores de risco associados está indicado para mulheres acima de 50 anos e homens acima dos 40 anos no mínimo uma vez ao ano, como é o caso de adultos jovens saudáveis, não sedentários. |
O exame de tele-ecg tem a finalidade de promoção e prevenção à saúde com ênfase no controle das doenças coronarianas, acompanhamento de grupos de hipertensão e diabetes, pacientes que apresentam dislipidemias, grupos de atividades relacionadas a perda de peso, grupos de combate ao tabagismo. E, especialmente no acompanhamento de pessoas já diagnosticados com alguma cardiopatia, portadores de marcapassos ou cardioversores.
Ademais, mulheres grávidas com suspeita ou diagnóstico de patologias cardíacas deverão ser acompanhadas em unidade de saúde de alto risco (Manual técnico de Alto risco, 2012). Embora o tele-ecg não seja uma rotina do pré-natal de baixo risco, não há contraindicações na realização.
O telediagnóstico através do tele-ecg promove uma maior resolutividade das demandas assistenciais, repercutindo na diminuição dos encaminhamentos desnecessários para a atenção especializada, além da redução do tempo para o diagnóstico e tratamento.
Atualmente a rede de telecardiologia de Pernambuco tem como principal serviço o tele-eletrocardiograma (TeleECG) o qual atua como um dispositivo para o auxílio da atenção cardiovascular com potencial para diminuir barreiras geográficas, uma vez que amplia o acesso ao exame em municípios remotos e qualifica as linhas de cuidado. Está presente em 114 municípios, 12 hospitais da rede de urgência e emergência, 04 unidades prisionais e 09 polos de saúde indígena. Já foram realizados mais de 32.000 exames. Com isso, tais resultados promove a qualificação da fila de espera para consultas cardiológicas além de oportunizar serviços pilotos como a Teleinterconsulta.
Dentre os resultados já alcançados destacam-se o acesso ao exame eletrocardiograma em municípios remotos, dando celeridade ao diagnóstico e tratamento na Atenção Primária à Saúde (APS). A emissão de laudos na APS também minimizou o tempo de espera que outrora o usuário passava para realizar o exame na atenção especializada. Percebeu-se também, maior integração dos trabalhadores dos municípios com centros de referência em cardiologia, inclusive para orientações no plano de cuidado.
1. Lopes MAC, Oliveira GMM, Ribeiro ALP, Pinto FJ, Rey HCV, Zimerman LI, et al. Diretriz da Sociedade Brasileira de Cardiologia sobre Telemedicina na Cardiologia – 2019. Arq Bras Cardiol. 2019;113(5):1006-1056. Disponível em: http://publicacoes.cardiol.br/portal/abc/portugues/2019/v11305/pdf/11305022.pdf
2. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Rastreamento. (Série A. Normas e Manuais Técnicos) (Cadernos de Atenção Primária, n. 29). Brasília – DF. 2010:95p. Disponível em: http://biblioteca.cofen.gov.br/wp-content/uploads/2016/05/Cadernos-de-Aten%C3%A7%C3%A3o-Prim%C3%A1ria-n-29-rastreamento.pdf
3. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Gestação de alto risco: manual técnico. 5. ed. – (Série A. Normas e Manuais Técnicos). Brasília – DF. 2010:302p. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/gestacao_alto_risco.pdf