As gestantes devem receber uma dose de dTpa (vacina Tríplice Bacteriana Acelular) a cada gestação, a partir da vigésima semana (20a) de gestação e até 20 dias antes da data provável do parto, independente do histórico de vacinação com dT (vacina dupla adulto difteria e tétano)(1,2).
A gestante não vacinada ou com histórico vacinal desconhecido deve tomar duas doses de dT e uma dose de dTpa, sendo que a dTpa deve ser aplicada a partir da 20ª semana de gestação, respeitando intervalo mínimo de um mês entre elas(2,3). A dT pode ser administrada a partir da comprovação da gravidez, em qualquer período gestacional.
Para aquelas que perderam a oportunidade de serem vacinadas durante a gestação, administrar uma dose de dTpa logo após o parto, o mais precocemente possível(1).
Complementação: a dTpa foi introduzida em 2014 no Calendário Nacional de Vacinação da gestante como reforço ou complementação do esquema da vacina dT. Tem como objetivo diminuir a incidência e mortalidade por coqueluche nos recém-nascidos, visto que a doença é cada vez mais relatada em crianças, adolescentes e adultos, sendo estes últimos a fonte de transmissão mais frequente para as crianças. Esta vacina oferece proteção vacinal indireta nos primeiros meses de vida (passagem de anticorpos maternos por via transplacentária para o feto) quando a criança ainda não teve a oportunidade de completar o esquema vacinal(1).
Uma dose da vacina dTpa deve ser administrada a cada gestação, considerando que os anticorpos têm curta duração, e, portanto, a vacinação durante uma gravidez não manterá alto nível de anticorpos protetores em gestações subsequentes. Esta vacina deverá ser registrada na caderneta saúde da gestante e ou cartão do pré-natal ou cartão de vacinação do adulto(1).
Atributos APS: a assistência pré-natal adequada (componente pré-natal) são os grandes determinantes dos indicadores de saúde relacionados à mãe e ao bebê que têm o potencial de diminuir as principais causas de mortalidade materna e neonatal: a detecção e a intervenção precoce das situações de risco, bem como um sistema ágil de referência hospitalar (sistema de regulação – “Vaga sempre para gestantes e bebês”, regulação dos leitos obstétricos, plano de vinculação da gestante à maternidade), além da qualificação da assistência ao parto (componente de parto e nascimento – humanização, direito à acompanhante de livre escolha da gestante, ambiência, boas práticas, acolhimento com classificação de risco – ACCR).
SOF relacionadas:
2. Como deve ser o esquema de imunizações em puérperas?
1. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Coordenação-Geral do Programa Nacional de Imunizações. Informe Técnico Campanha Nacional de Multivacinação para Atualização da Caderneta de Vacinação da Criança e do Adolescente [internet]. [acesso em 04 jan 2022]. Brasília, 2021:30p. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/media/pdf/2021/setembro/16/informe-multivacinacao_cgpni_atualizacao-tecnica_14_setembro-2021_fernanda-1.pdf
2. Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) [internet]. Calendário de Vacinação SBIm Gestante. Recomendações da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) – 2021/2022. [acesso em 04 jan 2022]. 11/05/2021:1p. Disponível em: https://sbim.org.br/images/calendarios/calend-sbim-gestante.pdf
3. Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) [internet]. Família. Vacina tríplice bacteriana acelular do tipo adulto – dTpa. [acesso em 04 jan 2022]. 2020. Disponível em: https://familia.sbim.org.br/vacinas/vacinas-disponiveis/vacina-triplice-bacteriana-acelular-do-tipo-adulto-dtpa