No pós-operatório da queiloplastia, alguns cuidados devem ser recomendados aos pais e/ou cuidadores para haver melhor processo de cicatrização e restabelecimento da criança(1,2):
1. É importante orientar como proceder a higiene oro nasal, e que esta deve ser feita após cada alimentação, sendo o principal fator na prevenção de infecção pós-operatória.
2. Evitar uso de chupeta, mamadeira ou copo com bico. O uso do bracelete é importante para evitar que a criança leve a mão à boca, o qual deve ser retirado para o banho.
3. A alimentação deve ser administrada assim que a criança se apresentar desperta do processo anestésico cirúrgico, quando deve haver a certificação sobre a ausência de complicações pós-operatórias. A alimentação deve ser oferecida com colher ou copinho, líquida, bem batida e coada para ficar sem pedacinhos e fria nos primeiros dias e depois em temperatura ambiente, podendo oferecer desta forma sopas, vitaminas e sucos a cada 3 horas.
4. Os pontos devem ser retirados de acordo com a orientação do médico cirurgião plástico, em 7 a 10 dias, ou no caso de fio absorvível, cairão sozinhos.
Orientar a buscar o serviço de saúde ao sinal de febre, sangramento ou infecção (odor ruim no local). As regiões anatômicas para a realização da queiloplastia são altamente vascularizadas, e o risco de sangramento está presente. Assim, é importante os pais/cuidadores protegerem as laterais do berço/cama para evitar traumatismos à região operada e tomar cuidado com brinquedos rígidos ou pontiagudos e brincadeiras que possam gerar traumas na boca.
A queiloplastia é a cirurgia plástica de reconstituição da fissura labial, sendo idealmente realizada a partir dos 3 meses de vida. Os profissionais da equipe de atenção básica têm um papel relevante no acompanhamento dos pacientes com fissura labiopalatina, especialmente no caso de famílias que residem em municípios do interior e as famílias têm que se deslocar para grandes centros para realizar o tratamento, sendo que, em muitos casos, não tem condições de permanecer na cidade por um longo período de tempo para realizar o acompanhamento no centro de referência. Desta forma, os profissionais da atenção básica têm um papel fundamental no acompanhamento e suporte a essas famílias(1,2).
1. Trindade IEK Silva-Filho OG. Fissuras Labiopalatinas. Uma Abordagem Interdisciplinar.Editora Santos. 2007:337p.
2. Trettene AS, Razera APR, Maximiano TO, Luiz AG, Dalben GS, Gomide MR. Dúvidas de cuidadores de crianças com fissura labiopalatina sobre os cuidados pós-operatórios de queiloplastia e palatoplastia. Rev Esc Enferm USP 2014;48(6):993-8. Disponível em: https://www.scielo.br/j/reeusp/a/WnNCtfhtrYf6v5yR8vHXx8t/?format=pdf&lang=pt#:~:text=Resultados%3A%20Observou%2Dse%20que%2C,%25)%20e%20infec%C3%A7%C3%A3o%20(4%25)