Após um ano, os pacientes com diabetes e dor neuropática que tomam tocotrienóis têm o mesmo grau de alívio dos sintomas que aqueles que tomam placebo.
Esses autores recrutaram pacientes com pelo menos 20 anos de idade com diabetes e neuropatia periférica. Os pacientes deveriam ter um Total Symptom Score (TSS) de 3 ou mais e um Neuropathy Impairment Score (NIS) de 2 ou mais para serem incluídos. Os autores excluíram pacientes com um nível de glicohemoglobina de mais de 12%, qualquer transtorno de abuso de substância ou transtorno psiquiátrico, nível de creatinina sérica de mais de 1,7 mg / dL (150 micromoles / litro) ou nível de transaminases hepáticas de mais de 5 vezes o nível superior limite do normal. Eles também excluíram mulheres grávidas ou lactantes, pacientes imunocomprometidos e aqueles com doença vascular periférica sintomática. Os pesquisadores randomizaram os pacientes elegíveis para receberem placebo (n = 150) ou tocotrienóis mistos, um subtipo natural de vitamina E, 200 mg duas vezes ao dia (n = 150) por 12 meses. A análise foi por intenção de tratar modificada. Os pacientes tinham diabetes, em média, há 11 anos. Uma redução mínima de 1,83 no TSS e 2 no NIS é considerada clinicamente significativa. No final de 1 ano, cada grupo teve melhorias significativas nos sintomas, no entanto, a mudança em TSS (-0.30; IC95% -1,16 a 0,56; p= 0,49) e NIS (0,60; IC95% -1,37 a 2,65; p=0,53)foi semelhante em cada grupo de tratamento, apesar da piora do controle glicêmico nos pacientes tratados com placebo. Um pouco mais pacientes tomando tocotrienóis pararam de tomar a medicação devido a eventos adversos (8% vs 4,7%).
Vitamin E in Neuroprotection Study (VENUS) Investigators, Hor CP, Fung WY, et al. Efficacy of oral mixed tocotrienols in diabetic peripheral neuropathy: a randomized clinical trial. JAMA Neurol 2018;75(4):444-452. Disponível em: https://jamanetwork.com/journals/jamaneurology/fullarticle/2670747
A suplementação de tocotrienóis na dose de 400mg/dia por um ano não agrega benefícios em relação à melhora de sintomas neuropáticos em pacientes diabéticos do tipo 2. O controle glicêmico ainda é a medida mais adequada, seguida do uso dos antidepressivos apropriados, ou gabapentinóides, dependendo do caso.