BVS Atenção Primária em Saúde
Traduzindo o conhecimento científico para a prática do cuidado à saúde
Traduzindo o conhecimento científico para a prática do cuidado à saúde
Embora seja contra-intuitivo não examinar, um exame pélvico não aumenta a sensibilidade ou a especificidade em comparação com a história isolada em adolescentes com alta probabilidade (> 25%) de ter uma infecção sexualmente transmissível. Após uma boa história, um exame pélvico pode fazer com que você mude de idéia, e o novo diagnóstico estará incorreto para aproximadamente metade das mulheres.
Nesse estudo prospectivo, 288 mulheres adolescentes se apresentaram em um departamento de emergência com corrimento vaginal ou dor no baixo ventre; Dessas, 27,4% receberiam o diagnóstico de infecção por clamídia, gonorréia ou tricomoníase. Antes dessa determinação da infecção (por amostra de urina), um clínico obteve um histórico padronizado para avaliar cervicite ou doença inflamatória pélvica e depois registrou sua impressão da probabilidade de ambos. Em seguida, os médicos realizaram um exame pélvico e registraram novamente sua impressão. A sensibilidade da história por si só foi de 54,4% e a especificidade foi de 59,8%; após o exame pélvico, a sensibilidade caiu ligeiramente e a especificidade permaneceu a mesma. A adição do exame pélvico, sem teste de urina, teria identificado corretamente outras 35 mulheres com infecção e falsamente 36 que não.
Farrukh S, Sivitz AB, Onogul B, Patel K, Tejani C. The additive value of pelvic examinations to history in predicting sexually transmitted infections for young female patients with suspected cervicitis or pelvic inflammatory disease. Ann Emerg Med 2018;72(6):703-712. Disponível em: https://linkinghub.elsevier.com/retrieve/pii/S0196-0644(18)30413-X
O estudo sugere que, em adolescentes, o exame pélvico, para leucorréia ou dor em baixo ventre, pode ser dispensado se não houver uma indicação estrita apontada pela anamnese ou o contexto.