BVS Atenção Primária em Saúde
Traduzindo o conhecimento científico para a prática do cuidado à saúde
Traduzindo o conhecimento científico para a prática do cuidado à saúde
A administração diária de altas doses de vitamina D (2000 UI) não reduziu a incidência de infecções respiratórias superiores no inverno em comparação com a dose padrão de vitamina D (400 UI) em crianças saudáveis que residem em Toronto, Canadá.
Os investigadores recrutaram 703 crianças saudáveis, de 1 a 5 anos de idade, que se apresentaram para uma consulta programada de rotina antes da temporada viral do inverno em Toronto, Ontário, Canadá. As crianças elegíveis receberam aleatoriamente (por alocação oculta) vitamina D líquida em uma dose padrão (400 UI por dia) ou em altas doses (2000 UI por dia). Durante o inverno, os pais completaram um formulário de sintomas e coletaram swab nasal para IRAs suspeitas. O tempo de acompanhamento foi de aproximadamente 6 meses. Os níveis da Vitamina D sérica basal foi comparável entre os dois grupos. Usando análise por intensão de tratar, não foram observadas diferenças significativas entre os dois grupos em relação ao número médio de infecções por criança, baseados tanto pelos relatos dos pais, quanto pela confirmação através da identificação viral dos swabs.
Aglipay M, Birken CS, Parkin PC, et al, for the TARGet Kids! Collaboration. Effect of high-dose vs standard-dose wintertime vitamin D supplementation on viral upper respiratory tract infections in young healthy children. JAMA 2017;318(3):245-255. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/28719693/
Neste estudo houve apenas uma diferença detectável estatisticamente significativa, mas não clinicamente, que foi dos níveis de vitamina D entre os grupos após tratamento (36,8 ng/mL vs 48.7 ng/mL, respectivamente). O estudo foi delineado com poder de 90% para detectar uma redução de, pelo menos, uma IRA por inverno entre os 2 grupos. Estes achados sugerem que não há benefício do uso de altas doses da vitamina D para evitar infecções respiratórias altas.