Reavaliar a pressão arterial durante uma mesma consulta pode resultar numa medida diferente e 8mmHg menor, comparada à medida da entrada na consulta.
Se o médico não checa uma segunda vez a pressão arterial da pessoa atendida, pode ser bom passar a fazê-lo.
O diagnóstico da hipertensão deve ser realizado com técnica adequada, para evitar medidas equivocadas. Não apenas pela técnica utilizada, como também pela repetitividade da medida, aumentando a segurança com os resultados, diminuindo o risco de falsos-positivos. Um estudo conduzido em unidades de atenção primária dos Estados Unidos lembrou os médicos, via alertas em prontuário eletrônico, a checar novamente a pressão arterial quando houvesse um valor maior que 140/90mmHg na consulta. Em 83% delas, o médico fez a nova checagem. Em 38.260 pessoas atendidas (média de idade de 61 anos), 39% tinham leitura inicial aumentada. O efeito desta segunda avaliação foi analisado. A mediana caiu em 8mmHg (intervalo interquartil entre 2mmHg e 17mmHg). 36% das pessoas com primeira medida elevada deixaram de apresentar medidas maiores ou iguais a 140/90mmHg.
Einstadter D, Bolen SD, Misak JE, Bar-Shain DS, Cebul RD. Association of Repeated Measurements With Blood Pressure Control in Primary Care. JAMA Intern Med [Internet]. 1 de junho de 2018;178(6):858–60. Disponível em: https://jamanetwork.com/journals/jamainternalmedicine/fullarticle/2678452
A utilização de uma segunda avaliação da pressão arterial na mesma consulta pode diminuir o risco de falsos-positivos para hipertensão arterial sistêmica, e prevenir a modificação por diagnóstico equivocado da vida das pessoas, com consequente diminuição do sobretratamento.