Tanto a suplementação com vitamina D quanto o placebo diminuem a dor musculoesquelética e a cefaleia, sem diferença na redução da intensidade da dor entre os grupos.
Dor musculoesquelética e cefaleia são queixas bastante comuns em consultas de atenção primária. A vitamina D parece estar envolvida na regulação de processos inflamatórios, que poderiam estar associados aos quadros de dor, mas isso não está demonstrado.
O ensaio clínico randomizado duplo-cego aqui referido buscou avaliar se a suplementação diária de vitamina D3 (10 ou 25 μg/dia) durante 16 semanas melhoraria a dor musculoesquelética e a cefaleia em comparação com placebo. O estudo recrutou 251 participantes saudáveis com idade entre 18 e 50 anos que vivem no norte da Europa e que nasceram ou tiveram pais nascidos no Oriente Médio, na África ou no sul da Ásia. Nesses indivíduos previamente hígidos, mesmo oriundos das populações referidas, cujos níveis de 25-hidróxi-vitamina D são tendencialmente baixos, a suplementação com vitamina D aumenta seus níveis séricos, mas somente diminui a intensidade da dor de forma semelhante ao placebo. Ou seja, não demonstra um efeito significativo na melhora da dor.
Knutsen KV, Madar AA, Brekke M, et al. Effect of vitamin D on musculoskeletal pain and headache: A randomized, double-blind, placebo-controlled trial among adult ethnic minorities in Norway. Pain 2014;155(12):2591-2598. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/25261164/
Outros estudos:
Manson JE, Brannon PM, Rosen CJ, et al. Vitamin D deficiency – Is there really a pandemic? N Engl J Med 2016; 375:1817-1820. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/27959647/
A suplementação com vitamina D, embora largamente prescrita, não deveria ser recomendada a não ser que algum benefício seja demonstrado. A simples elevação de níveis séricos não justifica sua utilização.