Qual seria a estatina mais indicada e compatível com os recursos do setor público (SUS), a ser empregada em pacientes com glicemia aumentada?

| 10 maio 2010 | ID: sofs-4361
Solicitante:
CIAP2:
DeCS/MeSH: , ,
Graus da Evidência:

O tratamento da dislipidemia em pessoas com diabetes mellitus (DM), tanto como de outras pessoas, começa com a avaliação e identificação das causas secundárias que podem contribuir para a alteração do perfil lipídico. Modificação do estilo de vida, incluindo aumento da prática de atividade física e mudanças de hábitos alimentares, é o primeiro passo do tratamento.
Muitas pessoas com DM possuem sobrepeso ou estão obesas e terão benefício da restrição calórica. Apesar de todas estas mudanças, muitos pacientes continuam com alteração no perfil lipídico e necessitarão de tratamento farmacológico.
Muitas classes de agentes farmacológicos podem ser utilizadas para tratar dislipidemias. No entanto, existem mais estudos que mostram a segurança e a efetividade do uso das estatinas.
As estatinas induzem a redução do colesterol para valores que diminuem o risco cardiovascular, sendo em prevenção primária ou secundária.
A abundância de experiência clínica em tratamentos com estatinas levam estes medicamentos a serem os principais em tratamento de pacientes diabéticos. Algumas pesquisas também utilizam os fibratos e o ácido nicotínico como tratamento da prevenção de eventos relacionados a doenças cardiovasculares neste pacientes.
Dentre as estatinas, não existe contraindicação para nenhum tipo. Todas são apropriadas para tratamento de dislipidemia nos pacientes diabéticos. Como colocado na questão anterior, a relação custo-benefício dependerá muito do gestor e das negociações de compra e venda.
Se no seu município existe sinvastatina na lista de medicamentos básicos fornecidos, esta pode tranquilamente ser prescrita.
Existe um estudo publicado na Cochrane, realizado no Canadá, onde se compara o custo-efetividade de dois medicamentos para reduzir os níveis de colesterol (principalmente LDL-C): a atorvastatina (10 a 80 mg/dia) e a sinvastatina (10 a 80 mg/dia).
Os autores encontraram um desfecho melhor nos pacientes tratados com atorvastatina, além dos pacientes tratados com sinvastatina terem apresentado um custo extra em relação aos outros.
Já o estudo STELLAR, realizado nos EUA, analisou o custo-efetividade da rosuvastatina no tratamento da dislipidemia na prevenção secundária, quando comparado com atorvastatina, pravastatina e sinvastatina. Os autores concluem que a rosuvastatina mostrou superioridade no estudo STELLAR, com vantagens econômicas quando comparadas com as outras estatinas (atorvastatina, pravastatina e sinvastatina).
No entanto, este estudo sofreu algumas adaptações para análise dos custos, que podem ter causado vieses nos resultados.
Pode-se perceber, portanto, que existem divergências na literatura. É necessário que mais estudos sejam realizados.

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Bibliografia Selecionada:

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