Quais são as principais causas de luxação da ATM?

| 22 janeiro 2021 | ID: sofs-43558
Solicitante:
CIAP2:
DeCS/MeSH: ,

As causas da luxação da articulação temporomandibular (ATM) podem ser espontâneas ou traumáticas, como por exemplo, abertura máxima de boca excessiva, durante a entubação orofaríngea, ou mesmo durante procedimentos dentários que impliquem que o paciente permaneça bastante tempo com a boca aberta. Apesar de ser uma patologia pouco comum, a luxação recidivante da ATM é mais frequente em pacientes que apresentem laxidez ligamentar e da cápsula articular, e uma eminência articular plana com sinais de erosão. O trauma também é reconhecido como um fator etiológico da luxação da ATM. Diferentes fatores etiológicos têm sido sugeridos como prováveis causas das luxações recorrentes, são eles: condições anatómicas, hábitos parafuncionais, laxidez ligamentar e hipermobilidade articular generalizada.(1)


A luxação recorrente da ATM está associada, geralmente, à hipermobilidade da mandíbula e a uma eminência articular proeminente(1,2). O paciente com hipermobilidade da mandíbula e luxação recidivante da ATM entra num ciclo vicioso, uma vez que, sempre que ocorre a luxação, há mais rotura e estiramento do ligamento capsular, o que resulta no agravamento da condição e conduz a mais episódios de recorrência(1,2). É importante salientar que os músculos submetidos a um processo de estiramento, quando inativos retornam ao seu tamanho original. No entanto, o mesmo não se verifica nos ligamentos, que quando sofrem estiramento mantém o seu comprimento aumentado, não limitando, dessa forma, os movimentos mandibulares(2). Existem ainda outros fatores predisponentes como: desordens do complexo côndilodisco, distúrbios oclusais como dimensão vertical diminuída, trauma e alterações decorrentes de patologias sistémicas como artrite reumatoide, epilepsia, doença de Parkinson ou ainda reações extrapiramidais, por exemplo, induzida por neurolépticos, ou pelo uso de anti-eméticos ou fenotiazinas(3).

Bibliografia Selecionada:

1. Gupta D, Rana AS, Verma VK.Treatment of recurrent TMJ dislocation in geriatric patient by autologous blood – A technique revisited. J Oral Biol Craniofac Res. 2013;3(1):39-41. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3942129/pdf/main.pdf

2. Gutierrez LMO, Grossmann TK, Grossmann E. Deslocamento anterior da cabeça da mandíbula: diagnóstico e tratamento. Rev dor. 2011;12(1):64-70. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/rdor/v12n1/v12n1a14.pdf

3. Kim CH, Kim DH.Chronic dislocation of temporomandibular joint persisting for 6 months: a case report. J Korean Assoc Oral Maxilofac Surg. 2012;38(5):305-9. Disponível em: https://www.koreascience.or.kr/article/JAKO201203939213868.pdf