A vacinação contra febre amarela em pessoas vivendo com HIV/AIDS (PVHA) depende da contagem de células CD4+, responsáveis pela defesa do organismo. A contagem de células CD4+ também é utilizado como um dos critérios para definir o melhor momento de se imunizar as PVHA em relação as outras vacinas de vírus atenuados como tríplice viral e poliomielite oral, por exemplo. Normalmente, não se faz vacinação com vacinas de antígenos vivos atenuado em PVHA quando a contagem de células CD4+ for < 200 células/mm3.
A recomendação nesses casos é cuidar para que a imunidade do paciente melhore e assim ele possa realizar a vacinação. A vacina influenza, por ser produzida a partir de vírus inativado (fragmento de vírus) é considerada mais segura que as vacinas de antígenos vivos atenuado de forma que vacinação da influenza não depende do CD4+. A imunização anual das PVHA contra a influenza faz parte das ações do Programa Nacional de Imunizações (PNI).
Em indivíduos imunodeprimidos, o risco de eventos adversos praticamente não aumenta para vacinas inativadas, mas deve ser avaliado para vacinas vivas atenuadas. Tais vacinas só devem ser consideradas quando a situação epidemiológica indicar que o risco da infecção pelo agente etiológico e suas complicações claramente excedam os riscos das possíveis complicações vacinais. Considerando-se a possibilidade de perda acelerada dos anticorpos vacinais, recomenda-se, sempre que possível, avaliar títulos de anticorpos obtidos após a vacinação, e revacinar os indivíduos que perderam a proteção.
1. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. Manual de Normas e Procedimentos para Vacinação. Brasília – DF; 2014:176p. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_procedimentos_vacinacao.pdf
2. Brasil. Sociedade Brasileira de Imunizações. Sociedade Brasileira de Infectologia. Guia de Imunização SBIm/SBI: HIV/AIDS – 2016-2017:64p. Disponível em: https://sbim.org.br/images/files/guia-hiv-sbim-sbi-2016-2017-160915b-bx.pdf
3. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Atenção Integral às Pessoas com Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST). 2020:248p. Disponível em: http://www.aids.gov.br/pt-br/pub/2015/protocolo-clinico-e-diretrizes-terapeuticas-para-atencao-integral-pessoas-com-infeccoes
4. Brasil. Ministério da Saúde. Informe técnico: 21ª Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza. Brasília, abril de 2019:38p. Disponível em: http://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2019/fevereiro/28/Informe-Cp-Influenza-28-02-2019-final.pdf
5. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Nota informativa nº 01/2017-SVS/MS. Estabelece recomendações sobre a vacinação contra febre amarela em pessoas vivendo com HIV/AIDS. 2017:2p. Disponível em: http://www.aids.gov.br/pt-br/legislacao/nota-informativa-no-012017-svsms