Existem recomendações para vacinação antirrábica preventiva?

| 26 janeiro 2021 | ID: sofs-43495
Solicitante:
CIAP2:
DeCS/MeSH: , ,

Existe um esquema vacinal preventivo antirrábico para pessoas com risco de exposição ocupacional ao vírus. Em casos onde a pessoa tenha iniciado este esquema mas não o concluído, deve-se continuar o esquema vacinal ajustando-o para as recomendações da pré-exposição.

A profilaxia pré-exposição é indicada para pessoas que possam ser expostas ao vírus durante as atividades laborais. Estão inclusos neste grupo médicos veterinários, biólogos, profissionais de laboratório de virologia e anatomopatologia para raiva, estudantes de medicina veterinária, zootecnia, biologia, agronomia, agrotécnica e áreas afins, e para profissionais que atuam no campo na captura, vacinação, identificação e classificação de mamíferos passíveis de portar o vírus. Funcionários de zoológicos, indivíduos que desenvolvem trabalho de campo (pesquisas, investigações ecoepidemiológicas) com animais silvestres, espeleólogos, guias de ecoturismo, pescadores, carteiros e outros profissionais que atuam em áreas de risco também devem tomar o esquema preventivo(1).


O esquema é de TRÊS doses: no dia zero, no 7º e no 28º dias(1,2).

Recomenda-se completar as doses, mantendo os intervalos, conforme esquema recomendado e não reiniciar nova série. Portanto, o paciente vai tomar a segunda dose quando for ao serviço de saúde, e a terceira, 21 dias depois(1).

Ressalta-se que o controle sorológico é uma exigência indispensável para a avaliação do indivíduo vacinado, devendo ser feito a partir do 14º dia após a última dose do esquema(1,2).

Profissionais que realizam pré-exposição devem repetir a titulação de anticorpos com periodicidade, sendo que os que trabalham em situação de alto risco (como os que atuam em laboratórios de virologia e anatomopatologia para raiva e os que trabalham com a captura de morcegos) devem realizar a titulação a cada 6 meses(1,2).

Em caso de título insatisfatório, isto é, <0,5 UI/ml, aplicar uma dose de reforço, pela via intramuscular, e reavaliar novamente a partir do 14º dia após a aplicação(1,2).
Ressalta-se que em 2017 o Ministério da Saúde fez alterações no esquema de vacinação da Raiva humana pós-exposição(3). Porém, o esquema de profilaxia da raiva humana pré-exposição não foi modificado.

Bibliografia Selecionada:

1.   Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. Normas técnicas de profilaxia da raiva humana. 1a ed. revisada. Brasília: Ministério da Saúde, 2014:64p. Disponível em: http://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2015/outubro/19/Normas-tecnicas-profilaxia-raiva.pdf

 

2.   Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. Manual de Normas e Procedimentos para Vacinação. Brasília: Ministério da Saúde, 2014:176p. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_procedimentos_vacinacao.pdf

 

3. Brasil. Ministério da Saúde. Nota informativa Nº 26-SEI/2017-CGPNI/DEVIT/SVS/MS. Informa sobre alterações no esquema de vacinação da raiva humana pós-exposição e dá outras orientações. 2017:4p. Disponível em: http://portalarquivos.saude.gov.br/images/pdf/2017/agosto/04/Nota-Informativa-N-26_SEI_2017_CGPNI_DEVIT_SVS_MS.pdf