Existe um esquema vacinal preventivo antirrábico para pessoas com risco de exposição ocupacional ao vírus. Em casos onde a pessoa tenha iniciado este esquema mas não o concluído, deve-se continuar o esquema vacinal ajustando-o para as recomendações da pré-exposição.
A profilaxia pré-exposição é indicada para pessoas que possam ser expostas ao vírus durante as atividades laborais. Estão inclusos neste grupo médicos veterinários, biólogos, profissionais de laboratório de virologia e anatomopatologia para raiva, estudantes de medicina veterinária, zootecnia, biologia, agronomia, agrotécnica e áreas afins, e para profissionais que atuam no campo na captura, vacinação, identificação e classificação de mamíferos passíveis de portar o vírus. Funcionários de zoológicos, indivíduos que desenvolvem trabalho de campo (pesquisas, investigações ecoepidemiológicas) com animais silvestres, espeleólogos, guias de ecoturismo, pescadores, carteiros e outros profissionais que atuam em áreas de risco também devem tomar o esquema preventivo(1).
O esquema é de TRÊS doses: no dia zero, no 7º e no 28º dias(1,2).
Recomenda-se completar as doses, mantendo os intervalos, conforme esquema recomendado e não reiniciar nova série. Portanto, o paciente vai tomar a segunda dose quando for ao serviço de saúde, e a terceira, 21 dias depois(1).
Ressalta-se que o controle sorológico é uma exigência indispensável para a avaliação do indivíduo vacinado, devendo ser feito a partir do 14º dia após a última dose do esquema(1,2).
Profissionais que realizam pré-exposição devem repetir a titulação de anticorpos com periodicidade, sendo que os que trabalham em situação de alto risco (como os que atuam em laboratórios de virologia e anatomopatologia para raiva e os que trabalham com a captura de morcegos) devem realizar a titulação a cada 6 meses(1,2).
Em caso de título insatisfatório, isto é, <0,5 UI/ml, aplicar uma dose de reforço, pela via intramuscular, e reavaliar novamente a partir do 14º dia após a aplicação(1,2).
Ressalta-se que em 2017 o Ministério da Saúde fez alterações no esquema de vacinação da Raiva humana pós-exposição(3). Porém, o esquema de profilaxia da raiva humana pré-exposição não foi modificado.
1. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. Normas técnicas de profilaxia da raiva humana. 1a ed. revisada. Brasília: Ministério da Saúde, 2014:64p. Disponível em: http://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2015/outubro/19/Normas-tecnicas-profilaxia-raiva.pdf
2. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. Manual de Normas e Procedimentos para Vacinação. Brasília: Ministério da Saúde, 2014:176p. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_procedimentos_vacinacao.pdf
3. Brasil. Ministério da Saúde. Nota informativa Nº 26-SEI/2017-CGPNI/DEVIT/SVS/MS. Informa sobre alterações no esquema de vacinação da raiva humana pós-exposição e dá outras orientações. 2017:4p. Disponível em: http://portalarquivos.saude.gov.br/images/pdf/2017/agosto/04/Nota-Informativa-N-26_SEI_2017_CGPNI_DEVIT_SVS_MS.pdf