O usuário abusivo de álcool geralmente nega este “vício”, mas sua condição clínica ou mesmo a “denúncia” dos familiares pode auxiliar na identificação do alcoolista. Conceitos de epidemiologia podem ser úteis para diagnosticar o uso abusivo e a dependência:
- uso pesado: uso, em 20 ou mais vezes, nos últimos 30 dias que antecederam o questionamento;
- uso abusivo: padrão de uso que tenha causado um dano real à saúde física ou mental do usuário, mas a pessoa ainda não preenche critérios para ser considerada dependente;
- dependência: conjunto de sinais e sintomas que determinam que a pessoa esteja dependente da substância.
O diagnóstico de alcoolismo e a determinação do padrão de uso devem ser feitos por um médico ou alguém treinado, utilizando instrumentos próprios para este fim. Dentre estes instrumentos de triagem pode-se destacar: o CAGE (instrumento de utilização simples e o mais conhecido), o AUDIT (identifica problemas associados ao uso do álcool) e o ASSIST (triagem do uso de substâncias psicoativas em geral).
Afinal, qual a diferença entre uso nocivo, abusivo ou a dependência de álcool?
- o USO NOCIVO (ou prejudicial) de substâncias indica um padrão de uso que causa prejuízo físico ou mental à saúde, que tenha causado um dano real à saúde física ou mental do usuário, sem que os critérios para dependência sejam preenchidos.
- a DEPENDÊNCIA de substâncias é diagnosticada se 3 ou mais dos seguintes critérios tiverem sido detalhados ou exibidos em algum momento do último ano.
(a) forte desejo ou senso de compulsão para consumir a substância (álcool);
(b) dificuldades em controlar o comportamento de consumir a substância, em termos de início, término e níveis de consumo;
(c) estado de abstinência fisiológico, quando o uso de substância cessou ou foi reduzida, como evidenciado por síndrome de abstinência característica para a substância, ou o uso da mesma substância com a intenção de aliviar ou evitar sintomas de abstinência;
(d) evidência de tolerância, de tal forma que doses crescentes da substância psicoativa (álcool) são requeridas para alcançar efeitos originalmente produzidos por doses mais baixas;
(e) abandono progressivo de prazeres e interesses alternativos, em favor do uso do álcool, aumento da quantidade de tempo necessária para obter ou ingerir a substância ou para se recuperar de seus efeitos;
(f) persistência no uso de álcool, mesmo sabendo das consequências graves e nocivas, tais como: danos ao fígado ou comprometimento do funcionamento cognitivo (raciocínio lógico), relacionado à droga.
- o ABUSO caracteriza-se pelo consumo contínuo, apesar de problemas sociais ou interpessoais persistentes ou recorrentes, causados ou aumentados pelos efeitos da bebida; uso recorrente em situações nas quais isto representa um perigo físico; uso recorrente que resulta em negligência de obrigações no trabalho, escola ou em casa; problemas recorrentes relacionados a questões legais.
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