A ressonância magnética (RM) é o exame de eleição para o estudo da articulação temporomandibular (ATM) quando se deseja pesquisar anormalidades de tecidos moles(1). É o único exame que possibilita a visualização do disco articular e tecidos moles circunjacentes(1). Informações a respeito do contorno ósseo cortical também são obtidas por meio do exame de RM(1). Além disso, anormalidades na intimidade da medula óssea do côndilo também podem ser evidenciadas(1). É uma técnica não-invasiva que, apesar do custo elevado, fornece uma série de informações referentes às estruturas intra-articulares, em diversos planos(2). Uma vez que a RM apresenta alta acurácia na identificação das posições do disco da ATM, além das vantagens já referidas, muitos autores relatam que a RM deveria ser reconhecida como padrão-ouro para propósitos de identificação da posição do disco articular da ATM(2). Para pacientes que apresentam sinais e sintomas de dor articular e/ou facial, estalidos, crepitação e limitação da abertura da boca associados à ATM e que, ao exame físico, suspeita-se de DIA (distúrbios intra-articulares) por interferência do disco, a RM é indicada como método de escolha(2). Exames para avaliação óssea, como radiografias ou tomografia computadorizada (TC), também podem ser indicados, principalmente quando se suspeita de deslocamento crônico de disco(2).
Uma limitação da ressonância magnética (RM) é a inabilidade de demonstrar perfurações de disco(2). No entanto, o contato de osso com osso (côndilo mandibular com a porção escamosa do osso temporal), associado a doença articular degenerativa, é sinal indireto de perfuração discal à RM(2). Ocasionalmente, com imagens ponderadas em T2 e na presença de efusão articular, é possível demonstrar a presença de perfurações no ligamento posterior do disco(2,3). Apesar da constante preocupação no diagnóstico das perfurações de disco, esta não é a característica principal de um DIA (distúrbios intra-articulares)(2,3). O deslocamento e/ou deformação do disco são os maiores parâmetros que determinam a conduta terapêutica(3). A RM tem assumido importância fundamental no campo da odontologia, neste caso, especificamente, no diagnóstico por imagem dos diferentes tipos de deslocamentos do disco articular da ATM(3). O diagnóstico correto é necessário para um planejamento de tratamento adequado.
Atributos da APS:
Acesso – Assegurar o acesso a consulta odontológica é um importante atributo da atenção básica. O acompanhamento odontológico da comunidade assistida pela estratégia saúde da família(ESF) faz parte do processo de promoção da saúde bucal das populações, e o acesso aos exames necessários deve ser garantido para que este objetivo se realize.
Coordenação – Encaminhar os casos que necessitem de tratamento especializado aos Centros de Especialidades Odontológicos (CEOs) de cada região, mantendo o acompanhamento na APS.
1. Koh KJ, Park HN, Kim KA. Relationship between anterior disc displacement
with/without reduction and effusion in temporomandibular disorder patients using
magnetic resonance imaging. Imaging Sci Dent. 2013 Dec;43(4):245-51. Disponível em: https://isdent.org/DOIx.php?id=10.5624/isd.2013.43.4.245
2. Bag AK, Gaddikeri S, Singhal A, Hardin S, Tran BD, Medina JA, Curé JK. Imaging
of the temporomandibular joint: An update. World J Radiol. 2014 Aug
28;6(8):567-82. Disponível em: http://www.wjgnet.com/1949-8470/full/v6/i8/567.htm
3. Khambete N, Kumar R. Cone Beam Computed Tomography: A Third Eye for Dental Practitioners. International Journal of Stomatological Research. 2015;4(1):1–7. Disponível em: https://scholar.google.co.in/scholar?oi=bibs&cluster=3477300758644740616&btnI=1&hl=en