A correção cirúrgica das deformidades maxilares é mais bem realizada quando o esqueleto está maduro e os dentes foram ortodonticamente alinhados. O crescimento craniofacial está geralmente completo entre as idades de 14 e 16 anos, nas mulheres, e entre 16 e 18 anos, nos homens. Todavia, o crescimento esquelético é variável, e uma avaliação do fechamento da placa de crescimento epifiseal deve ser feita por meio de radiografia de punho(1).
Os objetivos específicos do tratamento operatório no paciente fissurado incluem o aspecto estético normalizado do lábio e do nariz; fechamento primário e secundário do palato; linguagem, fala e audição normalizadas; permeabilidade das vias aéreas; oclusão classe I e função mastigatória normal; dentes e periodonto saudáveis; desenvolvimento psicossocial normal(4).
Está demonstrado o risco de intervenções sobre a fissura lábio-palatina e alterações do crescimento da maxila(1,2,3), além dos problemas gerados pela própria mal-formação. As explicações sugeridas são:
1. Qualquer intervenção cirúrgica resulta em cicatrizes, e essas podem retardar ou afetar completamente o desenvolvimento da maxila;
2. A técnica de cirurgia proposta: quanto mais traumática a cirurgia, maior as repercussões no crescimento da maxila;
3. A idade do paciente no momento da indicação cirúrgica corretiva para lábio e palato (quanto mais precoce, maior o comprometimento);
4. Cuidados pré e pós-cirúrgicos, incluindo atividades multidisciplinares;
5. A própria fissura funciona como fator restritivo ao desenvolvimento da maxila; e
6. A gravidade da fissura. (1,3).
De vez que as cirurgias primárias do lábio e do palato (fator primário preponderante) parecem exercer um efeito restritivo ao crescimento da maxila (já segmentado pela deformidade), os cuidados na realização da cirurgia inicial são essenciais para o sucesso final do tratamento (1).
1. Freitas RS.; Junior, L.W.C.; Roça, G.B.; Busato, L.S.; Alonso, N.; D’Oro,U. Cirurgia ortognática nos portadores de fissuras lábiopalatais: experiência e desafios. Rev Bras Cir Craniomaxilofac 2009; 12(3): 89-93. Disponível em: http://abccmf.org.br/Revi/setembro/01%20-%20artigo%20cirurgia%20ortognatica.pdf
2. Silva Filho OG, Rosa LAA, Lauris RCMC. Influence of isolated cleft palate and palatoplasty on the face. J Appl Oral Sci. 2007;15(3):199-208. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1678-77572007000300009
3. Shetye PR. Facial growth of adults with unoperated clefts. Clin Plast Surg. 2004;31(2):361–71. Disponível em: https://linkinghub.elsevier.com/retrieve/pii/S0094129803001378
4. Miachon MD, Leme PLS. Tratamento operatório das fendas labiais. Rev. Col. Bras. Cir. 2014; 41(3): 208-215. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rcbc/v41n3/pt_0100-6991-rcbc-41-03-00208.pdf