Como o agente comunitário de saúde pode abordar a sexualidade na adolescência?

| 31 maio 2019 | ID: sofs-41846
Solicitante:
CIAP2:
DeCS/MeSH: ,

O Agente Comunitário de Saúde (ACS) pode abordar esses temas através de grupos de educação em saúde, nos quais os adolescentes podem produzir materiais educativos como cartazes e utilizar vídeos educativos que o Ministério da Saúde disponibiliza para que os jovens tenham consciência de que a atividade sexual, seja ela cedo/precoce ou tarde, deve ser precedida de informações necessárias para uma vida sexual saudável, livre de doenças e de problemas(1,3,4).


Para promover a saúde sexual e a saúde reprodutiva dos adolescentes e jovens é fundamental a realização de ações educativas que tenham como princípio a igualdade entre homens e mulheres, incentivo ao respeito mútuo nas relações e que sejam rejeitadas todas as formas de violência e atitudes discriminatórias – abuso sexual, agressões físicas, relação sexual não concedida, discriminação contra homossexuais, ridicularização dos que não sejam sexualmente ativos, dano à imagem pública, entre outras(1).

Além disso, é importante fornecer informações utilizando uma linguagem simples, acessível e objetiva sobre sexualidade, disponibilidade de métodos anticoncepcionais, planejamento reprodutivo, gravidez e a importância do pré-natal, proteção contra doenças sexualmente transmissíveis e realização do preventivo de câncer do colo uterino após o início da vida sexual. Essas atividades podem ser realizadas em diversos espaços comunitários (escolas, clubes, associações, quadra da comunidade)(1).

Na fase da adolescência, muitos questionamentos são aflorados em relação às transformações do corpo, à vivência das primeiras experiências sexuais e à identidade sexual. A sexualidade não está restrita ao ato sexual, ela envolve desejos e práticas relacionados à satisfação, ao prazer, à afetividade e autoestima. É importante para todas as pessoas e, especialmente para os adolescentes e jovens, conhecer o funcionamento do seu corpo(1).

Diante disso, há necessidade de orientar os adolescentes com informações objetivas e claras sobre as transformações que ocorrem no corpo, a curiosidade sexual, as sensações sexuais, o tamanho dos órgãos genitais, a diversidade sexual, o ato sexual propriamente dito e suas consequências. Enfatizar que o ato sexual é de caráter íntimo e privado e que, portanto, a pressão social não deve ser seu desencadeante. Os parceiros têm que estar de acordo quanto às práticas e, portanto, prontos para assumir suas responsabilidades(2).

Bibliografia Selecionada:

1. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Guia prático do agente comunitário de saúde. Brasília: Ministério da Saúde. (Série A. Normas e Manuais Técnicos) 2009:260p.: il. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_pratico_agente_comunitario_saude.pdf

2. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas. Proteger e cuidar da saúde de adolescentes na atenção básica [recurso eletrônico]. Brasília: Ministério da Saúde, 2017:234 p.: il. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/proteger_cuidar_adolescentes_atencao_basica.pdf

3. Duncan BB, Schmidt MI, Giugliani ERJ. Medicina ambulatorial: condutas de atenção primária baseadas em evidências. 3a ed. Porto Alegre: Artmed; 2004.

4. Song EY, Pruitt BE, McNamara J, Colwell B. A meta-analysis examining effects of school sexuality education programs on adolescents’ sexual knowledge, 1960-1997. J Sch Health. 2000 Dec;70(10):413-6. Disponível em: https://onlinelibrary.wiley.com/doi/abs/10.1111/j.1746-1561.2000.tb07230.x?sid=nlm%3Apubmed