Quais são as contraindicações para realizar vacina contra febre amarela?

| 13 novembro 2018 | ID: sofs-40071
Solicitante:
CIAP2:
DeCS/MeSH: , , ,
Recorte Temático:

São contraindicações para realização da vacina contra febre amarela:
– Crianças menores de 6 meses de idade.
– Pacientes com imunodepressão de qualquer natureza. Pacientes infectados pelo HIV com imunossupressão grave, com a contagem de células CD4 <200 células/mm3 ou menor de 15% do total de linfócitos para crianças menores de 6 anos.
– Pacientes em tratamento com drogas imunossupressoras (corticosteroides, quimioterapia, radioterapia, imunomoduladores).
– Pacientes submetidos a transplante de órgãos.
– Pacientes com imunodeficiência primária.
– Pacientes com neoplasia.
– Pacientes com história pregressa de doenças do timo (miastenia gravis, timoma, casos de ausência de timo ou remoção cirúrgica).
– Indivíduos com história de reação anafilática relacionada a substâncias presentes na vacina (ovo de galinha e seus derivados, gelatina bovina ou outras).


Precauções gerais quanto à vacinação contra febre amarela:
Nos casos de doenças agudas febris, moderadas ou graves, recomenda-se adiar a vacinação até a resolução do quadro com o intuito de não se atribuir à vacina as manifestações da doença. Primovacinação de indivíduos com 60 anos e mais.
Gestantes. Deverão ser vacinadas aquelas que residem em locais próximos onde ocorreu a confirmação de circulação do vírus (epizootias, casos humanos e vetores). As demais deverão ser avaliadas pelo serviço de saúde, considerando-se o risco versus benefício da vacinação.
Nutrizes ou lactantes. Deverão ser vacinadas aquelas que residem em locais próximos onde ocorreu a confirmação de circulação do vírus (epizootias, casos humanos e vetores). Deve-se apresentar à mãe opções para evitar o risco de transmissão do vírus vacinal pelo aleitamento materno, tais como: previamente a vacinação, praticar a ordenha do leite e manter congelado por 28 dias, em freezer ou congelador, para planejamento de uso durante o período da viremia, ou seja, por 28 dias ou, pelo menos por 15 dias após a vacinação. Caso a ordenha não seja possível, encaminhar a mãe à rede de banco de leite humano. Nas demais, a vacinação deve ser evitada, ou postergada até a criança completar 6 meses de idade.
Indivíduos infectados pelo HIV, assintomáticos e com imunossupressão 2 moderada, de acordo com a contagem de células CD4.
Indivíduos com lúpus eritematoso sistêmico ou com outras doenças de etiologia potencialmente autoimune, deve ser avaliada caso a caso, tendo em vista a possibilidade de imunossupressão. Pacientes transplantados de células tronco hematopoiéticas (medula óssea) devem ser avaliados caso a caso, considerando o risco epidemiológico. Caso se decida pela vacinação, deve ser respeitado o prazo mínimo de 24 meses após o transplante.
Pacientes que tenham desencadeado doença neurológica de natureza desmielinizante (Síndrome de Guillain -Barré, Encefalomielite disseminada aguda e esclerose múltipla) no período de seis semanas após a aplicação de dose anterior da vacina contra febre amarela. Tal recomendação baseia -se em dados de literatura para a vacina influenza .

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Bibliografia Selecionada:

1. Brasil. Ministério da Saúde. Guia de vigilância em saúde [recurso eletrônico]. Brasília: Ministério da Saúde, 2016:773p. Disponível em: http://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2016/agosto/25/GVS-online.pdf
2. Brasil. Ministério da Saúde. Manual de normas e procedimentos para vacinação. Brasília: Ministério da Saúde, 2014:176p. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_procedimentos_vacinacao.pdf
3. Brasil. Ministério da Saúde. Manual de vigilância epidemiológica para eventos adversos pós -vacinação. 3. ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2014:250p. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_vigilancia_epidemiologica_eventos_adversos_pos_vacinacao.pdf
4. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância em Saúde. Orientações para profissionais de saúde sobre febre amarela silvestre. Nota informativa nº 02/2017. Informa a situação epidemiológica da Febre Amarela e as recomendações para intensificação da vigilância no Brasil. Ministério da Saúde, 2017:19p. Disponível em: http://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2017/janeiro/13/NOTA-INFORMATIVA-N—02-2017-FA-FINAL.pdf
5. Monath TP. Yellow fever. Waltham (MA): UpToDate, 2017. Disponível em: https://www.uptodate.com/contents/yellow-fever