Após a interrupção do uso da medroxiprogesterona de depósito, a paciente pode ficar em amenorreia por até 1 ano (média de 7 meses). O retorno da fertilidade (ovulação) também pode ser lento, em média 9 meses após a última injeção. Após 10 meses, cerca de 50% das mulheres conseguirá gestar. Entretanto, em uma pequena parcela da população, esse tempo pode chegar a 18 meses após a última injeção. A persistência da supressão da ovulação após a suspensão da medroxiprogesterona não está relacionada com a duração do uso do método, mas sim com o peso da paciente. As mulheres com menor IMC concebem mais cedo após a interrupção da medroxiprogesterona do que as mulheres com sobrepeso ou obesidade.
A maioria das usuárias torna-se amenorreica com o uso prolongado de medroxiprogesterona. Caso ela opte pela troca do método, este deverá ser iniciado até 3 meses da última aplicação. O início do novo contraceptivo não deve ser adiado até a retomada da menstruação, pois a amenorréia após a interrupção de injeções de medroxiprogesterona não significa que a mulher esteja protegida contra a gravidez, se ela tiver relações sexuais desprotegidas. Já as mulheres que desejam gestar dentro de 1 a 2 anos devem ser orientadas sobre a possível duração prolongada do efeito contraceptivo da medroxiprogesterona para considerar a troca do método.
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2. Duncan BB, Schmidt MI, Giugliani, ERJ (Ed.). Medicina ambulatorial: condutas de atenção primária baseadas em evidências. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2013.
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