Dispepsia é um desconforto no abdômen superior, persistente ou recorrente, e relacionado ou não com a alimentação. Pode também ser descrita como dor abdominal vaga, má digestão, azia, enjoo, falta de apetite, “estufamento”, eructações e “gastrite” (os sintomas referidos pelos pacientes como gastrite não tem relação com o achado patológico denominado de gastrite aguda ou crônica, que não é acompanhado por sintomas)(1).
A dispepsia funcional (ou dispepsia não-ulcerosa) tem alta prevalência, variando de 20-30% (1). Contudo, ainda hoje se apresenta como um dilema diagnóstico e terapêutico (2). Os inibidores da bomba de prótons (como o omeprazol) parecem ter melhor desempenho no seu tratamento, quando comparados com os bloqueadores H2 (3).
Contudo, devido ao menor custo, os bloqueadores H2 ainda são freqüentemente utilizados como primeira opção. A dispepsia funcional é, em geral, crônica e recorrente (1).
Não existe consenso na literatura quanto ao tempo de tratamento mais adequado, e não foram encontradas evidências consistentes nesta revisão, quanto à eficácia do tratamento a longo prazo.
Na doença do refluxo gastresofágico – uma das doenças de alta prevalência, associadas à dispepsia funcional – existem evidências mais concretas. Após a suspensão do tratamento, cerca de 80% dos pacientes apresentará recidiva dos sintomas (4). Nestes casos, o tratamento de manutenção deve ser considerado, utilizando-se a menor dose efetiva para o controle dos sintomas (5)(A). Os inibidores da bomba de prótons são a opção terapêutica mais efetiva neste cenário (6).