Estomatite é a inflamação da mucosa de qualquer estrutura da cavidade oral. Dentre as patologias mais comuns no contexto da atenção primária associadas à estomatite estão a estomatite aftosa recorrente e a gengivoestomatite herpética.
A estomatite aftosa é a lesão mais comum da mucosa oral. As lesões são dolorosas, recorrentes e podem ocorrer em qualquer local da orofaringe. A etiologia ainda é desconhecida, mas algumas vezes está associada com diversas patologias, como doenças do colágeno, doenças gastrointestinais e Síndrome de Behçet (1).
Ensaios clínicos randomizados (ECR) demonstraram que colutórios a base de gluconato de clorexidina reduziram a severidade de cada episódio de ulceração, mas não tiveram efeito sobre a incidência das úlceras.
Evidências limitadas de apenas um ECR sugeriram que o gel de clorexidina a 0,2% pode reduzir a incidência e duração das ulcerações, quando comparado com uma preparação controle (2).
Pequenos ensaios clínicos randomizados encontraram evidências fracas de que os corticosteróides tópicos possam reduzir a duração e a dor das úlceras sem causar efeitos adversos locais ou sistêmicos (2).
A gengivoestomatite herpética é mais comum em crianças menores de 6 anos, sendo causada pelo herpes simples vírus – HSV (a maioria das infecções orais são causadas pelo tipo 1). A maior parte dos adultos desenvolve imunidade ao HSV como resultado de uma infecção na infância. Em pacientes imunocompetentes, a evolução geralmente é benigna e auto-limitada (3).
Uma revisão sistemática da biblioteca Cochrane encontrou fracas evidências de que o uso de aciclovir oral possa diminuir alguns dos sintomas em crianças menores de 6 anos com gengivoestomatite herpética primária (4).
A gengivoestomatite herpética geralmente é manejada com cuidados na dieta e analgésicos. Analgésicos tópicos (como a benzidamina) podem oferecer algum alívio adicional. A clorexidina pode auxiliar a reduzir infecções secundárias e manter a higiene bucal se a escovação dos dentes for dolorosa (5).