Considerando-se as diferenças fisiológicas, patológicas e psicológicas decorrentes do processo de envelhecimento, é imprescindível atentarmos para algumas questões durante os procedimentos odontológicos.
Devemos sempre considerar que estes pacientes apresentam baixa resistência ao estresse, atraso no reparo de feridas, susceptibilidade a infecção, principalmente naqueles que tomam corticóides e apresentam alterações sistêmicas (ex:diabetes), hipotensão postural naqueles que tomam anti-hipertensivos e alterações de coagulação naquele que utilizam anticoagulantes, por exemplo.
É fundamental determinar a capacidade física e emocional do paciente. A anamnese deve ser eficiente, para que possamos reconhecer as alterações sistêmicas e prevenirmos de complicações e sequelas.
Algumas vezes, tal procedimento pode não revelar com exatidão a realidade, devido à deficiência de memória dos usuários, problemas auditivos, dificuldades para entender e responder as perguntas. Assim, o prontuário de família é um recurso de suma importância, pois contem todo o histórico de saúde daquele indivíduo.
Deve-se também avaliar qual o grau de autonomia e motilidade que o usuário apresenta. É prudente verificar se existe alguma condição sistêmica (acuidade visual, deficiência de memória) que dificulte a tomada de medicamentos. Nestes casos, a presença de algum familiar/ cuidador se faz necessária. É importante avaliar quais são os medicamentos em uso e possíveis interações com os fármacos comumente utilizados em odontologia.
Além disso, a maioria dos idosos tolera bem os procedimentos quando realizados pela manhã, exceção feita aos portadores de enfermidade pulmonar crônica. Optar por sessões breves e procedimentos não extensos.
Em relação aos procedimentos odontológicos, os cirúrgicos requerem maiores cuidados, devendo-se minimizar o trauma, manejar os tecidos delicadamente, utilizar técnicas hemostáticas eficientes para diminuir o sangramento. Além disso, deve-se considerar que alguns fármacos levam a xerostomia e podem influenciar o desenvolvimento de cáries e também da doença periodontal.
As lesões estomatológicas devem ser investigadas, principalmente em idosos com fatores de risco para o câncer bucal.