Tratamento para a pericoronarite varia de acordo com o grau da infecção que atinge os tecidos periodontais. Nos casos onde a pericoronarite está restrita e bem localizada, sem exsudação purulenta e sem dor forte, febre, linfonodos palpáveis e/ou mal-estar, o tratamento a ser adotado é conservador: desbridamento e irrigação local, visando sanear a bolsa periocoronária, com digluconato de clorexidina 0,12% pelo menos duas vezes ao dia.
Alguns autores propõem como substâncias alternativas para a irrigação o soro fisiológico morno, ou água oxigenada a 10 volumes (em pequenas quantidades), porém todos de menor efetividade que a clorexidina [D].
Nos casos onde a pericoronarite é mais severa, é necessário antibioticoterapia, além do tratamento já proposto anteriormente. As penicilinas são os antibióticos de escolha, em especial a amoxicilina. Em casos de maior gravidade ou que não respondem inicialmente, acrescenta-se metronidazol, por sua ação contra anaeróbios restritos e bactérias produtoras de beta-lactamases [D].
Para os pacientes alérgicos à penicilina, o antibiótico alternativo é a clindamicina, efetiva contra bactérias anaeróbias; porém, o uso prolongado deve ser cauteloso, pois são de elevada toxicidade e há risco de colite pseudomembranosa. As cefalosporinas não são alternativa devido à sua menor ação contra anaeróbios quando comparados com a penicilina; a tetraciclina também não é indicada devido à rápida formação de patógenos resistentes [D].
Após a fase aguda, impõe-se tratamento definitivo para evitar a recorrência da infecção, que pode ser realizada de duas formas: exodontia do dente envolvido ou a ulectomia, que consiste na retirada do opérculo que recobre o dente. Normalmente, a extração é o tratamento de escolha por ser definitivo e com resultados 100% favoráveis na prevenção da reincidência da infecção.