O diagnóstico de Transtorno da Articulação Temporomandibular (TATM) é feito na maior parte das vezes pelo conjunto de dados clínicos, necessitando em raras ocasiões de apoio de testes diagnósticos ou exames de imagem. (grau D).
Os TATM são comuns em mulheres jovens (24-40 anos), em indivíduos com história de bruxismo, trauma externo da mandíbula, ansiedade, estresse e outros distúrbios emocionais.
Os TATM usualmente cursam com os seguintes sinais e sintomas:
- dor e desconforto na região da ATM;
- crepitação na ATM;
- cefaléia;
- rigidez ou dor cervical;
- dificuldade para abrir a boca sem despertar dor (mais incomum).
O uso de “testes diagnósticos” e exames de imagem devem ser reservados apenas para os casos mais severos, quando sintomas são crônicos ou na suspeita de outros diagnósticos: (grau D)
- Bloqueio anestésico local (ramo auriculotemporal da terceira divisão do trigêmeo) pode auxiliar na identificação da origem da dor.
- Radiogramas periapicais são feitos para excluir problemas dentários.
- Ressonância nuclear magnética pode ser realizada para avaliação de dores importantes da ATM que não cessam com tratamentos convencionais.
Para a maioria dos pacientes com sinais e sintomas de TATM, a melhora ocorrerá com ou sem tratamento (50% em um ano e 80% em até 3 anos). Intervenções que alteram a anatomia da articulação, invadem a integridade do espaço articular ou manipulam a mandíbula têm o potencial de causar danos e não têm sido efetivos na melhora dos sintomas. (grau D).
Desta forma, tratamentos não invasivos são boas opções e devem ser tentados em primeiro lugar, deixando as terapias invasivas ou permanentes (ortodônticas ou cirúrgicas) como últimos recursos.
Entre as diversas modalidades de tratamentos não invasivos, citamos algumas:
- Exercícios para aliviar tensão da musculatura da mastigação:
- Manutenção da boa “postura” da mandíbula: manter os músculos da mandíbula relaxados com os dentes discretamente separados e a língua tocando levemente o céu da boca e repousando atrás da arcada superior;
- Evitar uso excessivo da musculatura da mandíbula: preferir comidas “macias”, cortar alimentos em pedaços pequenos, evitar comidas que necessitam muito esforço para mastigar e evitar chiclete. Quando bocejar, procure evitar abrir muito a boca;
- Alongamento e massagem: exercícios de alongamento e massagem para a musculatura da mandíbula e exercícios para melhorar a postura da cabeça, pescoço e ombro;
- Calor e frio: aplicação de calor úmido ou gelo local pode auxiliar no repouso muscular e alívio da dor.
- Acupuntura;
- Terapêutica medicamentosa: similar a de outras disfunções musculoesqueléticas.
- Paracetamol, AINE ou Codeína são opções conforme a intensidade da dor;
- Relaxantes musculares (Ciclobenzaprina) ou Benzodiazepínicos são opções quando técnicas de relaxamento falham no controle de bruxismo ou de espasmo muscular importante;
- Antidepressivos tricíclicos podem ser úteis em casos de dores crônicas. Outros antidepressivos como os inibidores de recaptação de Serotonina também são opções, no entanto estão associados à piora do bruxismo em alguns indivíduos.