A manifestação da maloclusão pode ocorrer em todos os estágios de desenvolvimento da oclusão. O tratamento mais indicado é a Ortodontia Preventiva e Interceptiva, podendo ser realizado na dentição decídua ou mista, assim, não havendo ao certo uma idade mínima para indicação de correção1.
A frenectomia lingual pode ser realizada em pacientes de qualquer idade, desde que o paciente seja encaminhado a um odontopediatra, para que uma avaliação mais profunda seja realizada juntamente com uma equipe multidisciplinar. Recém-nascidos que apresentam um grau importante de anquiloglossia, com dificuldades de sucção podem passar pelo procedimento cirúrgico2.
Em relação à frenectomia labial, alguns autores recomendam a erupção dos incisivos laterais permanentes e outros, a erupção dos caninos permanentes para a avaliação da necessidade cirúrgica2,3. É indicada em casos onde o freio labial é o causador de diastemas, mas o paciente deve ser encaminhado a um odontopediatra, para que uma avaliação mais profunda seja realizada juntamente com uma equipe multidisciplinar. A intervenção cirúrgica não está indicada durante a fase de dentição decídua, mas deve ser acompanhado até a formação da dentição permanente, pois neste período a criança está passando por uma fase de desenvolvimento da dentição3.
A ortodontia preventiva tende a preservar a integridade da evolução normal da oclusão, evitando-se a instalação de determinadas maloclusões4.
Já a ortodontia interceptiva implica em interceptar uma situação anormal como má posição dentofacial já existente, de modo a restabelecer a evolução normal da oclusão4. É realizada através de diversos tipos de aparelhos, dentre eles os removíveis, disjuntores Hyrax, grades palatinas, arcos linguais, bionators de Balters, aparelhos extrabucais, etc. Todos com o objetivo de prevenir a progressão das desarmonias dentárias, esqueléticas e funcionais do paciente, a fim de se obter uma harmonia dentofacial1.
É importante que o profissional saiba que existem diversas classificações para os freios de acordo com suas inserções, e que existem outras formas de tratamento além do cirúrgico.
Atributos da APS
A integralidade garante um diagnóstico mais preciso, pois o paciente é analisado por diversas óticas e todas integradas, conferindo uma abordagem mais holística.
1. Macedo AGO, Cunha AF, Cunha ACPP, Farias ACR, Pereira ASG. Projeto de extensão: educação continuada em ortodontia preventiva e interceptiva. Rev Ciênc Ext. 2015;11(2):70-8. Disponível em: http://ojs.unesp.br/index.php/revista_proex/article/view/988
2. Leal RAS. Frenectomia Labial e Lingual em Odontopediatria [monografia]. Porto: Faculdade de Medicina Dentária; 2010. Disponível em: https://repositorio-aberto.up.pt/bitstream/10216/56674/2/tese%20de%20Ricardo%20Leal.pdf
3. Rohr RIT, Camos DMKS, Miotto MHMB. Visão integrada na conduta clínica frente ao freio patológico labial superior e a sua influência no diastema mediano superior. Ufes Rev Odontol. 1998;1(1):37-41. Disponível em: http://periodicos.ufes.br/RBPS/article/download/10650/7558
4. Guzzo SC. Ortodontia preventiva e Interceptiva na rede de atenção básica do SUS: perspectiva dos cirurgiões-dentistas da Prefeitura Municipal de Florianópolis [trabalho de conclusão de curso]. Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina; 2012. Disponível em: https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/103640/Samuel_Carlos_Guzzo.pdf?sequence=1&isAllowed=y