O uso da terapia antirretroviral (TARV) tem diminuído significativamente a morbidade e a mortalidade das pessoas infectadas pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV), propiciando, em consequência, o aumento da expectativa de vida desses sujeitos. Esta realidade tem demandado para os serviços de saúde o desenvolvimento de ações de saúde que propiciem uma atenção qualificada e que repercutam na qualidade de vida dos indivíduos portadores do HIV. Nesse contexto, o Agente Comunitário de Saúde (ACS) deverá realizar uma escuta qualificada, tratando com respeito e dignidade seus comunitários portadores do HIV, buscando identificar as principais necessidades em saúde por meio da avaliação das condições individuais e sociais que determinam sua vulnerabilidade. Para tanto, o ACS juntamente com a sua equipe têm como desafio acolher estes indivíduos, direcionado um cuidado humanizado e livre de preconceitos e discriminação. Uma atitude fundamental é a realização do acolhimento qualificado e com respeito à vida, pois como qualquer outro cidadão e cidadã, os indivíduos com HIV têm o direito ao acesso à saúde de forma integral, acolhedora e resolutiva. As práticas em saúde devem ser desenvolvidas contemplando ações de promoção da saúde e qualidade de vida, acompanhamento na adesão ao TARV, acesso facilitado à unidade de saúde da família, referência e contra referência da atenção básica com a rede especializada.
É importante destacar que a privacidade é um direito do paciente portador do vírus HIV, sendo a comunicação ao ACS facultativo, ou seja, caso o paciente deseje compartilhar esse tipo de informação. Além disso, por questões éticas e legais, uma vez sabedor da situação o ACS não deve revelar a outras pessoas, garantindo assim a confidencialidade e o direito de privacidade desse indivíduo.
O ACS deve orientar e articular juntamente com a sua Equipe de Saúde da Família (ESF) os cuidados em saúde direcionados aos indivíduos portadores do HIV, como o acompanhamento sistemático pela ESF, Núcleo de Saúde da Família (NASF) e ambulatório especializado. É importante estimular e acolher o discurso dessa pessoa, ouvindo e valorizando o seu relato, sem colocar juízo de valor e discriminação. Assim, condutas como essas devem ser exercidas pelos profissionais da Estratégia de Saúde da Família, permitindo o diálogo entre a equipe de saúde e o usuário do serviço e fortalecendo o respeito mútuo entre esses atores.