Os tratamentos não-farmacológicos recomendados para a osteartrite (OA) são1:
a) Atividades educativas (Grau de recomendação D)2
– Esclarecimento sobre a doença: salientar que a doença não é sinônimo de envelhecimento e está relacionada com a capacidade funcional, sendo que a intervenção terapêutica trará considerável melhora de qualidade de vida;
– Motivar e envolver o paciente no seu tratamento, pois o paciente é um agente ativo no seu programa de reabilitação;
– Estímulo à prática de atividades esportivas sob orientação de um profissional habilitado;
– Orientação para cuidados com relação ao uso de rampas e escadas; e
– Orientação com relação à ergonomia do trabalho doméstico e/ou profissional.
b) Prescrição individualizada de exercícios terapêuticos de fisioterapia (Grau de recomendação A)2
– Fortalecimento: ganho de massa muscular, amplitude de movimento do músculo quadríceps nas articulações do joelho1;
– Aeróbios: condicionamento físico2;
– Alongamento: flexibilidade e amplitude de movimento, como parte da cinesioterapia2; e
– Relaxamento muscular progressivo para melhorar a dor e mobilidade.
c) Estabilização por meio de goteiras elásticas é efetiva no tratamento da sintomatologia dolorosa da osteartrite fêmuro-patelar2 e palmilhas associadas à estabilização de tornozelo são eficientes na melhora da dor e função na osteartrite do compartimento medial do joelho1. (Grau de recomendação B)
d) Eletroterapia analgésica, ultrassom e termoterapia no tratamento coadjuvante sintomático (dor)1.
e) Práticas integrativas e complementares
– Balneoterapia, acupuntura, moxaterapia, yoga, magnetoterapia, auriculoterapia, tai-chi-chuan, práticas manuais, taping patelar, laserterapia, ventosas, eletroacupuntura e digitopressão – podem contribuir no alívio da dor, previne ou minimiza possíveis sequelas da cronicidade, melhora as funções orgânicas, saúde geral (física e mental) e vitalidade dos pacientes com osteartrite (Grau de recomendação B)2.
A osteoartrite é uma doença crônica, multifatorial que leva à incapacidade funcional progressiva de milhões de pessoas. A prescrição medicamentosa isolada não é suficiente para o controle ideal da OA. O tratamento deve ser centrado na pessoa, com abordagem multidisciplinar, para buscar a melhora funcional, mecânica, clínica do cidadão. Espera-se, portanto, das equipes da Estratégia da Saúde da Família, como primeiro contato, estratégias que proporcionem espaço de orientação, sensibilização, discussão de casos para analisar o componente subjetivo e singularidades associado às queixas e necessidades dos usuários com OA. É importante inserir outras práticas de saúde como medidas necessárias para evitar uso e prescrição inadequada de longo prazo dos anti-inflamatórios. Além disso, amplia a possibilidade terapêutica, contribuindo para a promoção, cuidado continuado e desmedicalização da saúde do cidadão.