Embora ainda hajam dúvidas sobre o real benefício do rastreamento de massa para detecção precoce do câncer de mama por meio da mamografia, sua realização periódica parece reduzir a mortalidade específica pela doença.
De acordo com revisão sistemática da Biblioteca Cochrane, a redução do risco relativo de morte por Câncer de mama fica em torno de 15%. As idades alvos de rastreamento variaram entre os estudos analisados, embora a grande maioria tenha focado em mulheres entre 45 e 64 anos1.
Embora revisão sistemática publicada por Galit et al indique que a mamografia também possar ser útil como método de rastreamento para Câncer de mama em mulheres acima de 74 anos, revisão de qualidade feita pela Biblioteca Cochrane questionou a metodologia do estudo, pondo em cheque suas conclusões2.
Mamografia como rastreamento para Câncer de mama em mulhers acima de 70 anos parece ser menos benéfico devido à reduzida expectativa de vida deste grupo. Além disso, a incidência de Carcinoma in situ aumenta com a idade e não está claro se o seu tratamento afeta a mortalidade3.
O Ministério da Saúde/Instituto Nacional do Câncer (INCA) recomenda que todas as mulheres com idade entre 50 e 69 anos realizem mamografia com intervalos máximos de 2 anos visando a detecção precoce do Câncer de mama.
Para mulheres pertencentes a grupos com risco aumentado para desenvolvimento de Câncer de mama, recomenda-se mamografia anual a partir dos 35 anos de idade.
São considerados grupos de risco:
- Mulheres com história familiar de pelo menos um parente de primeiro grau (mãe, irmã ou filha) com diagnóstico de câncer de mama, abaixo dos 50 anos de idade;
- Mulheres com história familiar de pelo menos um parente de primeiro grau (mãe, irmã ou filha) com diagnóstico de câncer de mama bilateral ou câncer de ovário, em qualquer faixa etária;
- Mulheres com história familiar de câncer de mama masculino;
- Mulheres com diagnóstico histopatológico de lesão mamária proliferativa com atipia ou neoplasia lobular in situ.