A partir da análise de estudos realizados em adultos1, extrapola-se que os regimes intensivos de insulinoterapia sejam as melhores opções para o tratamento de crianças com Diabetes mellitus tipo 1 (2).Em comparação aos esquemas convencionais, parecem reduzir a extensão das complicações macrovasculares precoces (menor número de eventos), embora não tenham sido encontrado efeitos sobre o número de afetados por doenças macrovasculares ou sobre a mortalidade (3). (Grau D)
Os regimes intensivos incluem a utilização de uma forma de insulina (NPH ou Glargina) com o objetivo de manter um nível basal de hormônio que buscará suprimir a lipólise e a produção de glicose hepática, com adição de “bolos” de insulina de ação rápida (Regular) ou ultra-rápida (Lispro, Insulina aspart) antes das refeições que visem minimizar a elevação da glicemia pós-prandial. Estes “bolos” são ajustados à quantidade de carboidrato em cada refeição e aos níveis da glicemia no momento.
Os regimes convencionais incluem a administração de insulina de ação intermediária (NPH) pelo menos duas vezes ao dia (no café da manhã e na janta/noite) associados ao uso de insulina de ação rápida ou ultra-rápida em esquemas fixos duas a três vezes ao dia. Neste caso, o paciente e sua família devem ajustar seu estilo de vida, de modo que exercícios físicos vigorosos e alimentação sejam bem controlados e realizados em horários fixos.
Cabe ressaltar que não há um tipo de insulina melhor, mas sim diferentes esquemas de insulinoterapia. Embora o regime de controle intensivo da glicemia pareça apresentar algumas vantagens, só deve ser recomendado para pacientes cujas famílias tenham excelente entendimento de como deve se dar o tratamento, que sigam todas as recomendações à risca e que possam arcar com os custos do tratamento.