A vitamina A é um micronutriente encontrado em fontes de origem animal (retinol) e vegetal (provitamina A). É um elemento indispensável para garantir a saúde dos nossos olhos (manter uma boa visão e hidratação da superfície ocular) e também, a renovação adequada das células que compõem os tecidos do nosso corpo (1).
O corpo humano não pode fabricar esta vitamina, portanto, toda a vitamina A de que necessitamos deve vir dos alimentos (1). Entre os alimentos de origem animal, as principais fontes são: leite humano, fígado, gema de ovo e leite. A provitamina A é encontrada em vegetais folhosos verdes (como espinafre e couve), vegetais amarelos (como abóbora e cenoura) e frutas amarelo-alaranjadas (como manga, caju, goiaba, mamão e caqui), além de óleos e frutas oleaginosas (buriti, pupunha, dendê e pequi) que são as mais ricas fontes de provitamina A. Um benefício das provitaminas é a conversão em vitamina A ativa e a ação como potentes antioxidantes (1).
Somos capazes de armazenar vitamina A no fígado, garantindo uma reserva, que será utilizada na medida em que houver necessidade. Se essa reserva está reduzida e não ingerimos alimentos que contêm vitamina A suficiente para satisfazer as necessidades nutricionais do nosso corpo, ocorre a deficiência. A deficiência de vitamina A pode se manifestar como deficiência subclínica ou como deficiência clínica (1).
COMPLEMENTAÇÃO
A deficiência de vitamina A é considerada uma das mais importantes deficiências nutricionais dos países em desenvolvimento, sendo a principal causa de cegueira evitável (1).
A deficiência clínica (conhecida por xeroftalmia) é definida por problemas no sistema visual, atingindo três estruturas oculares: retina, conjuntiva e córnea, tendo, como consequência, a diminuição da sensibilidade à luz até cegueira parcial ou total. A primeira manifestação funcional é a cegueira noturna, que constitui a diminuição da capacidade de enxergar em locais com baixa luminosidade (1).
A deficiência subclínica é definida como uma situação na qual as concentrações da dessa vitamina estão baixas e contribuem para a ocorrência de agravos à saúde, como diarreia e problemas respiratórios. À medida que as reservas de vitamina A diminuem, aumentam as consequências de sua deficiência. Nesta fase, a suplementação com vitamina A pode reverter a condição subclínica e impedir o avanço da deficiência para a forma clínica (1).
Quem precisa de vitamina A?
Todas as pessoas necessitam de vitamina A para proteger sua saúde e visão. Porém, alguns grupos populacionais, pelas características da fase da vida em que se encontram, necessitam de atenção especial, pois são mais vulneráveis à deficiência de vitamina A (1):
Como consumir a recomendação diária por meio de alimentos saudáveis?
O leite materno fornece a quantidade de vitamina A que a crianças precisam nos seis primeiros meses de vida quando é oferecido de forma exclusiva, ou seja, quando a criança recebe apenas o leite materno, sem nenhum outro alimento, chá ou água. As quantidades são suficientes para garantir a saúde, permitir crescimento normal e saudável, e para a manutenção de estoques suficientes da vitamina no fígado (1).
A alimentação complementar saudável deve ser oferecida assim que a criança completar 6 meses de vida e, a partir dessa idade, deve receber uma fruta no meio da manhã, uma refeição salgada no almoço e uma fruta no meio da tarde e leite materno em livre demanda. Ao completar 7 meses, a criança já pode receber a segunda refeição salgada que deve ser oferecida no final da tarde. Todas as frutas devem ser oferecidas para a criança, mas se deve dar preferência às frutas da estação. Sempre que possível as frutas e as refeições devem conter alimentos ricos em vitamina A (1).
Crianças que não mamam no peito ou ingerem menor quantidade de leite materno devem receber alimentos que forneçam boas quantidades de vitamina A (1).
É importante que o profissional de Saúde oriente a família para aumentar o consumo de alimentos que são ricos em vitamina A (Na referência Manual de condutas gerais do Programa Nacional de Suplementação de Vitamina A / Ministério da Saúde, pag. 13, há uma tabela para consulta, com descrição de alimentos ricos em vitamina A e suas respectivas porções) (1).
EDUCAÇÃO PERMANENTE
A suplementação oral de vitamina A constitui-se na estratégia mais eficaz para prover vitamina A em indivíduos com riscos para a deficiência (1).
No Brasil, o Programa Nacional de Suplementação de Vitamina A foi instituído por meio da Portaria nº 729, de 13 de maio de 2005. Consiste na suplementação profilática medicamentosa com megadoses de vitamina A para crianças de 6 a 59 meses de idade e mulheres no pós-parto (antes da alta hospitalar), por não atingir, pela alimentação, a quantidade diária necessária para prevenir a deficiência dessa vitamina no organismo (1). A política de saúde pública atual recomenda que a suplementação seja oferecida para todos os municípios das regiões Norte e Nordeste, e municípios prioritários do Plano Brasil Sem Miséria das regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul (2).
A composição da megadose de vitamina A distribuída pelo Ministério da Saúde é: vitamina A na forma líquida, diluída em óleo de soja e acrescida de vitamina E. O Programa Nacional de Suplementação de Vitamina A distribui cápsulas em duas dosagens: de 100.000 UI e de 200.000 UI, acondicionadas em frascos. Estes suplementos são distribuídos, gratuitamente, nas unidades básicas de Saúde (UBS) que formam a rede SUS (1).
Medidas importantes de prevenção da deficiência de vitamina A (1):