Quais as recomendações nutricionais para pessoas com colostomia?

| 5 setembro 2018 | ID: sofs-23834
Solicitante:
CIAP2:
DeCS/MeSH: , ,
Recorte Temático:

Para pessoas com colostomia (abertura cirúrgica para dentro do cólon através de um estoma na parede abdominal para permitir a defecação)(1), recomendam-se os seguintes cuidados alimentares a fim de evitar alteração no padrão das fezes e aumento da produção de gases:


– Manter uma dieta saudável e fracionada, em torno de 06 refeições por dia, introduzindo pequenos lanches entre as refeições principais, preferencialmente frutas(2,3);
– Reduzir o volume de cada refeição(2);
– Mastigar bastante os alimentos e comer de boca fechada, evitando a formação de gases(2,3);
– Alimentar-se em ambiente tranquilo e calmamente(2);
– Preparar os alimentos grelhados, assados ou ensopados com adição de pouca gordura quando necessário;
– Ingerir água em quantidade adequada: 8 a 10 copos de 200 ml ou 1 ½ a 2 litros por dia, principalmente entre as refeições(2,3);
– Consumir vegetais cozidos e não folhosos(2);
– Preferir leite e iogurtes desnatados e queijos brancos, salvo se houver alguma intolerância prévia a esses alimentos(3);
– Leguminosas, em geral, tendem a causar odor(1). Ao consumir feijão, recomenda-se deixá-lo de molho de um dia para outro e desprezar a água de molho para o cozimento. Observar se, preparado dessa maneira, esse alimento provocará menor produção de gases do que quando não realizado o molho previamente ao seu cozimento;
– Evitar mascar chicletes(3);
– Procurar evitar o consumo de: a) alimentos que podem causar flatulência: milho, agrião, aipo, batata doce, brócolis, cebola, couve, couve-flor, bertalha, nabo, pimentão, repolho, rabanete, taioba, caruru, grão de bico, feijão preto, manteiga, carnes vermelhas, ovos, peixes, queijos amarelos, mariscos(1,2,3); b) alimentos concentrados em açúcar, como sobremesas açucaradas, sucos industrializados, chocolate, doces em calda(2); c) bebidas gasosas, como refrigerantes(2,3); d) alimentos altamente condimentados(1); f) alimentos em conserva, como milho, ervilha e azeitona(2); g) alimentos concentrados em gordura, como frituras em geral, gordura aparente da carne e pele do frango, moquecas, feijoada e outros(2,3); h) edulcorantes artificiais sorbitol e manitol(3);
É importante reforçar junto às pessoas ostomizadas a necessidade de observação de sua alimentação e dos sintomas que podem estar associados, evitando-se aqueles alimentos que lhe causem mal-estar(1). Outra questão que deve ser discutida é o cuidado na introdução de novos alimentos à dieta, que devem ser incorporados gradativamente, avaliando-se a tolerância individual a cada um deles(3). O recomendado é que seja realizado o experimento de um alimento novo a cada três dias para garantir uma observação adequada. É importante esclarecer também que, além da alimentação, antibióticos e alguns suplementos vitamínicos podem causar odor desagradável e/ou alteração no padrão das fezes(1,2).
A Portaria Nº 400, de 16 de novembro de 2009, visa à prestação de assistência especializada, de natureza interdisciplinar, às pessoas com estoma, cuidadores e/ou familiares, objetivando sua reabilitação, com ênfase na orientação para o autocuidado, realização das atividades de vida diária e prevenção de complicações. É fundamental que o profissional nutricionista esteja presente para avaliar o estado nutricional deste paciente, oferecer orientações, elaborar um plano nutricional, orientar a família, realizar atividades educativas e juntamente com os demais membros da equipe desenvolver um plano terapêutico individualizado, sempre registrando e dialogando com a equipe multiprofissional a melhor conduta frente aos aspectos físicos, mentais e sociais do paciente(4).

Bibliografia Selecionada:

1. Beyer PL. Terapia nutricional para distúrbios do trato gastro-intestinal. In: Mahan LK; Escott-Stump S. Krause: Alimentos, Nutrição e Dietoterapia. 11ª ed. São Paulo: Rocca; 2005.
2. Villela NB; Rocha R. Manual básico para atendimento ambulatorial de nutrição. [online]. 2nd. ed. rev. Salvador: EDUFBA; 2008:120p. Disponível em: http://books.scielo.org/id/sqj2s/pdf/villela-9788523208998.pdf Acesso em 11 outubro 2015.
3. Anaya CO. Recomendaciones nutricionales a pacientes ostomizados. s/d. Disponível em: http://www.sld.cu/galerias/pdf/uvs/cirured/recomendaciones_nutricionales_a_pacientes_ostomizados.pdf Acesso em 11 outubro 2015.
4. Brasil. Agencia Nacional de Saúde. Portaria nº 400, de 16 de novembro de 2009. Disponível em: http://www.ans.gov.br/images/stories/noticias/pdf/p_sas_400_2009_ostomizados.pdf Acesso em 19 de agosto de 2018.