Rhamnus purshiana, conhecida popularmente como Cáscara Sagrada, é uma planta comumente utilizada como laxante para o tratamento da constipação intestinal1,2,3. (Grau de recomendação D-4)
Sua ação se deve a presença de derivados hidroxiantracênicos e casacrosídeos (reconhecidos como marcadores químicos). Essas substâncias estimulam a motilidade do cólon e aumentam a permeabilidade paracelular; em decorrência, há aumento do conteúdo de água no cólon, facilitando a eliminação das fezes. O efeito é observado entre seis a oito horas após a administração oral3.
A droga vegetal pode ser utilizada no preparo do chá, realizado na forma de decocção, 0,5g (1 colher de café) para 150 mL de água4. Utilizar ½ a 1 xícara de chá a noite antes de dormir. Na Relação Nacional de Medicamentos Essenciais recomenda-se a ingesta de cápsulas obtidas a partir do extrato padronizado da planta ou da tintura de Cáscara Sagrada para o tratamento coadjuvante nos casos de obstipação eventual5.
A Normativa n.02/2014 indica que o consumo do fitoterápico deve ser entre 20 a 30 mg de derivados hidroxiantracênicos expressos em cascarosídeo A. O laboratório poderá delimitar a posologia desde que a quantidade de marcador químico presente no produto não ultrapasse o valor estipulado na normativa.6
O uso da cáscara sagrada não deve ultrapassar uma semana. A utilização contínua pode promover diarreia, perda de eletrólitos e dependência4. Como o trânsito gastrintestinal se intensifica, poderá haver diminuição da absorção de medicamentos administrados por via oral7.
Não deve ser utilizada por pessoas com refluxo, inflamação intestinal aguda (doença de Crohn) colite, apendicite ou dor abdominal de origem desconhecida e pacientes com histórico de pólipos. O uso também é contraindicado na gravidez, lactação e em menores de doze anos4.
Para constipação habitual recomenda-se iniciar modificações nos hábitos de vida, especialmente na alimentação e realização de exercício físico. A Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição recomenda a ingestão diária de 20g de fibras, que corresponde ao consumo mínimo de 8 a 10g de fibra por 1000 kcal8. Essa ingestão deve ser alcançada pelo consumo de frutas, vegetais, leguminosas e grãos integrais pode-se citar alguns alimentos como maçã, frutas cítricas, farinha de trigo integral, feijões, ervilha, aveia entre outros. As fibras insolúveis aceleram o trânsito intestinal, reduzindo a constipação e aumentam o volume e a maciez das fezes9.
Ressalta-se que para que ocorram mudanças efetivas nos hábitos de vida além de palestras de promoção a saúde e prevenção de doenças é necessário que os usuários possuam acesso facilitado a boa alimentação e atividade física.
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