O uso de ácido acetil salicílico (AAS) em baixas doses é recomendado para gestantes de alto risco para pré-eclâmpsia (grau de evidência A) 1 por reduzir em 17% a incidência de pré-eclâmpsia e em 14% a morte fetal ou neonatal. A dose recomendada é de 60 a 150mg (dose baixa) iniciada entre 12 e 28 semanas de gestação2. A identificação precoce de pacientes com risco para pré-eclâmpsia através de fatores de risco ou testes preditores, pode auxiliar na instituição de medidas preventivas com fim de evitar ou retardar a apresentação da doença ou ainda reduzir sua gravidade.
Na tabela estão os principais fatores de risco relacionados a pré-eclâmpsia e identificados na história clínica, e a recomendação do uso de medicação.
Quadro de Risco para Pré-eclâmpsia* | ||
Risco | Fatores de risco | Recomendação |
Alto |
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Dose baixa de AAS em paciente com 01 ou mais fator de risco |
Moderado |
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Considerar baixa dose de AAS se paciente tiver vários destes fatores de riscos |
Baixo |
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Não recomendado AAS |
* Inclui somente fatores de risco obtidos pela história clínica. Testes preditivos, como doppler da artéria uterina, não foram incluídos. |
Fonte: U.S. Preventive Services Task Force, 2015
Com relação aos testes preditores, a dopplervelocimetria pode ser utilizada para pré-eclâmpsia em gestantes em risco3. Um índice de pulsatilidade (IP) aumentado na artéria uterina está significativamente relacionado ao desenvolvimento de pré-eclâmpsia e outros desfechos desfavoráveis nesta gestação3.
Em pacientes de alto risco para pré-eclâmpsia, identificadas através da história clínica ou testes preditivos, outras medidas preventivas podem ser recomendadas. A suplementação de cálcio reduz a pré-eclâmpsia nas populações de alto risco e com dieta pobre em cálcio; contudo sem efeito no prognóstico perinatal (grau de evidência A)1. Outras estratégias para prevenção de pré-eclâmpsia como dieta com restrição de proteína ou sal, exercícios, repouso, suplementação de ácido fólico e progestágenos tem evidência insuficiente de benefício1.
A equipe da Estratégia Saúde da Família (ESF) tem o importante papel de iniciar o acompanhamento pré-natal precocemente e de forma qualificada o que irá permitir a identificação dos fatores de risco para pré-eclampsia e instituição de medidas preventivas. Além disto tem o atributo de coordenar o cuidado destas pacientes que também serão acompanhadas no ambulatório de alto risco.
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