Nenhum estudo foi encontrado avaliando a sensibilidade do uso do hemograma para o diagnóstico de enteroparasitoses. É descrito que a ausência de eosinofilia não exclui enteroparasitoses (sensibilidade), assim como sua presença pode indicar uma série de condições como rinite alérgica, asma, alergia a medicações, infecções virais, fúngicas ou bacterianas, desordens hematológicas e, também, a presença de infecções parasitárias (especificidade).
}O exame parasitológico de fezes (EPF), por outro lado, possui alta especificidade. Ainda que nem sempre seja capaz de detectar a presença do parasita nas fezes (sensibilidade), é o exame indicado para o diagnóstico de praticamente todas as enteroparasitoses (exceção feita à pesquisa de ovos de Enterobius vermicularis). A definição de sua sensibilidade também dependeria do método empregado, do número de amostras coletadas e do intervalo de tempo entre estas coletas, dos parasitas investigados, entre outros fatores.
Como conclusão, não há qualquer menção na literatura médica que indique o uso de hemograma como meio de detectar a presença de enteroparasitoses em crianças. Sugere-se que o diagnóstico seja baseado na história clínica do paciente (sinais e sintomas), na epidemiologia (frequência da doença no meio em que vive a criança) e na possibilidade/necessidade de realização do EPF e de outros exames que contribuam para excluir/confirmar outras hipóteses diagnósticas.