Como o agente comunitário de saúde pode cuidar de uma criança que teve coqueluche?

| 14 setembro 2015 | ID: sofs-21793
Solicitante:
CIAP2:
DeCS/MeSH: ,
Graus da Evidência:

A coqueluche é uma doença que acomete as vias aéreas e os pulmões causada por uma bactéria conhecida Bordetella pertussis ela também atinge a traquéia, levando a uma tosse seca, forte e persistente., é uma doença do grupo das infecto contagiosas (1) .

O modo de transmissão ocorre, principalmente, pelo contato direto de pessoa doente com pessoa suscetível, através de gotículas de secreção eliminadas por tosse, espirro ou ao falar (1).

O período de transmissão é de 5 dias após o contato com um doente até 3 semanas após o início dos acessos de tosse típicos da doença (1) .


Em lactentes menores de 6 meses, o período de transmissibilidade pode prolongar-se por até 4 a 6 semanas após o início da tosse (1).

A maior transmissibilidade da doença ocorre na fase catarral está tem a duração de 1 ou 2 semanas , apresenta febre pouco intensa, mal-estar geral, coriza e tosse seca. O tratamento é o antimicrobiano (1) .

Algumas medidas para o controle da infecção devem ser realizadas nos casos suspeitos ou diagnosticados da Coqueluche (1):

*Os pacientes não hospitalizados devem ser afastados de suas atividades habituais (creche, escola, trabalho): por pelo menos 5 dias após o início de tratamento com antimicrobiano;

*nos casos não submetidos à antibioticoterapia, o tempo de afastamento deve ser de 3 semanas após o início dos paroxismos.

*controle dos comunicantes

O papel do agente comunitário é muito importante na atenção primária principalmente no cuidado com as crianças da comunidade onde está inserido, dentre as ações de prevenção e promoção da saúde destaca-se o incentivo ao cumprimento do calendário vacinal que é fundamental para a prevenção de agravos a saúde da criança (2, 3).

A seguir dicas que podem ser seguidas por qualquer um que está tratando a coqueluche em casa e podem também ser orientações dadas pelos agentes comunitários as crianças em tratamento ou recém tratadas(1):

*Repouso

*Beber líquido, como água, sucos naturais e sopas

* Fazer refeições pequenas, para evitar o vômito

*Usa umidificador de ar no quarto, ambiente arejado, para ajudar a diluir as secreções pulmonares

*Evitar agentes irritantes no ar, como fumaça de cigarro e lareiras

*Evitar o contato com a pessoa infectada não tratada

A educação em saúde é um valioso instrumento para atenção básica, é com a educação em saúde na comunidade que as pessoas devem ser informadas quanto à importância da vacinação, como medida de prevenção e controle da coqueluche. Deve-se dar ênfase à necessidade de se administrar o número de doses preconizado pelo calendário vigente. Também deve ser ressaltada a importância da procura aos serviços de saúde se forem observadas as manifestações que caracterizam a definição de caso suspeito de coqueluche(1). A melhor forma de prevenir a coqueluche é a vacinação . No calendário básico infantil ( menores de 5 anos )a vacina Penta é indicada para prevenção da Coqueluche (2).

É importante que o agente de saúde saiba identificar as situações em que deve orientar a família a levar a criança para um serviço de saúde o mais rápido possível.

*Criança molinha, gemente, parada, com choro fraco. É aquela que não demonstra interesse pelo o que ocorre ao seu redor, ela não olha quando é chamada;

*Criança que vomita tudo (alimentos, líquidos e medicamentos);

*Criança que não mama;

*Criança com tosse ou com dificuldade para respirar (ruído ao respirar, apare-cimento das costelas ao respirar – tiragem intercostal, batimento de asa de nariz);

*Criança com diarreia (três ou mais evacuações líquidas ou semilíquidas em 24 horas) com sinais de desidratação: está inquieta, irritada, com sede, olhos fundos, sinal da prega (a pele volta lentamente ao estado anterior quando com os dedos polegar e indicador são usados para levantar a pele);

*Emagrecimento acentuado, pés inchados, palma da mão muito pálida;Peso baixo para a idade (abaixo do percentil 3 da Caderneta de Saúde da Criança);

*Criança com secreção no ouvido;

*Presença de placas brancas na garganta e com mau cheiro;

*Presença de bolhas com pus na garganta;

*Umbigo vermelho com secreção amarelada;

*Presença de sangue nas fezes;

*Criança com febre (temperatura acima de 38º C).

Os agentes comunitários de saúde são os olhos da equipe de atenção básica na comunidade, portanto deve informar imediatamente a equipe de saúde se na visita domiciliar encontrar a criança com alguma situação acima descrita. Deve ainda reforçar com a mãe, o pai ou quem cuida da criança as orientações dadas pela UBS (2).

Atributos APS – É importante ressaltar a longitunidade,que o agente comunitário de saúde deve exercer, que é estar em contato permanente com as famílias, desenvolvendo ações educativas, visando à promoção da saúde, à prevenção das doenças e ao acompanhamento das pessoas com problemas de saúde(4).

Bibliografia Selecionada:

  1. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Guia de vigilância epidemiológica / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância Epidemiológica. – 7. ed. – Brasília : Ministério da Saúde, 2009. Acesso em 27.02.2014.Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_vigilancia_epidemiologica_7ed.pdf
  2. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Guia prático do agente comunitário de saúde / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – Brasília : Ministério da Saúde, 2009. Acesso em 27.02.2014.Disponível em: http://dab.saude.gov.br/docs/publicacoes/geral/guia_acs.pdf
  3. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. Manual de Normas e Procedimentos para Vacinação / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. – Brasília : Ministério da Saúde, 2014. Acesso em 27.02.2014.Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_procedimentos_vacinacao.pdf
  4. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Política Nacional de Atenção Básica / Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. – Brasília : Ministério da Saúde, 2012.Acesso em 27.02.2014.Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nacional_atencao_basica.pdf