O atendimento do adolescente e abordagem sobre sexualidade, doenças sexualmente transmissíveis, gestação e drogas representa um desafio a qualidades e habilidades dos membros da equipe Saúde da Família.
Para que o adolescente sinta-se confortável é absolutamente necessária adequada privacidade, com sala individual acusticamente isolada e tempo de consulta suficiente. No caso de não haver as condições ideais, aconselha-se determinar horários especiais, diferentes dos demais pacientes. O mais importante sem dúvida, não são as condições físicas do consultório, mas a disponibilidade e a capacidade dos profissionais em se ajustar ao tipo de paciente que irá atender. O calor humano, o interesse sincero e a habilidade em fazer com que o adolescente sinta-se compreendido e apreciado são condições fundamentais.
Os profissionais de saúde devem guardar segredo não apenas sobre o conteúdo das consultas e dos grupos de educação em saúde, mas também fazer com que o adolescente saiba disso. As únicas exceções dizem respeito a prováveis prejuízos ou riscos, tais como referência a fuga de casa, suicídio ou riscos de violência contra si ou outrem. Em caso de adolescentes pouco comunicativos, pode-se fazer perguntas sobre o seu dia, seus hábitos, seus gostos, etc. e utilizar frases que possam colocá-los a vontade e oferecer-lhe confiança.
Para se trabalhar os temas propostos é necessário que estejamos integrados ao assunto, para isso é necessário estudar os assuntos para que tenhamos subsídios necessários para responder as perguntas dos adolescentes. Além disso, é preciso tratar o adolescente com respeito e ouvir o que ele tem a dizer, mesmo que se tenha de interromper momentaneamente sua fala. As histórias devem ser escutadas com atenção, não só deixá-lo à vontade, mas também para observar seu modo de expressar-se e, principalmente, para perceber o conteúdo não-manifesto de seu relato.