Quais são as rotinas básicas de enfermagem que devemos implementar em uma unidade de saúde coletiva?

| 4 agosto 2008 | ID: sofs-186
Solicitante:
CIAP2:
DeCS/MeSH: , ,
Graus da Evidência:
Recorte Temático:

Cada localidade possui um modelo de rotinas baseado no levantamento epidemiológico prévio realizado antes da implementação das unidades básicas, portanto seguimos os modelos do Ministério da Saúde com adaptações para o local onde estamos inseridos.
O Enfermeiro de uma UBS tem sua prática instituída pela Secretaria Municipal de Saúde do Município, no entanto ainda é uma prática heterogênea entre as Unidades e até mesmo dentro de um mesmo ambiente de trabalho. De forma geral ele é generalista, atuando nas diferentes fases do ciclo vital.
O enfermeiro da Saúde Coletiva desenvolve sua prática em diversas áreas, como assistência de enfermagem individual, ações educativas, coordenação de cargos técnicos da Vigilância Epidemiológica, além das ações relativas ao gerenciamento da equipe de enfermagem e participação com a equipe de saúde no planejamento, coordenação e avaliação das ações de saúde.
Para isso é importante ele conhecer as diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS) e as normas técnicas vigentes, podendo identificar e avaliar os problemas de saúde e elaborar planos de intervenção. Uma das funções técnico-administrativas do enfermeiro é o gerenciamento de serviços e(ou) da Unidade Básica de Saúde. Ele desenvolve ações de programação e avaliação das atividades de enfermagem; delega e distribui tarefas para os funcionários; supervisiona a equipe de enfermagem e as atividades realizadas; é responsável pela previsão e provisão de material e equipamentos necessário às ações de enfermagem; auxilia na conservação de aparelhos e equipamentos e, quando necessário, solicita concertos; elabora e atualiza procedimentos, rotinas e normas de enfermagem; revisa periodicamente o registro de dados e os sistemas de comunicação; analisa e avalia a assistência prestada à comunidade. As funções educativas estão relacionadas com a capacitação da equipe de enfermagem, onde identifica necessidades dos funcionários, planeja, executa e avalia os cursos ministrados.
Promove ações educativas com os usuários durante consultas, durante visitas domiciliares e em trabalhos de grupo, visando a autonomia individual em relação à prevenção, promoção e reabilitação da saúde.
Discute com grupos organizados da sociedade (grupos de sem-terra, associação de moradores, igrejas e outros) os problemas de saúde e as alternativas para resolvê-los. Entre as atividades técnico-assistenciais o enfermeiro aplica o processo de enfermagem individual e comunitário, executando a consulta de enfermagem.
Conforme a necessidade, é utilizado o diagnóstico da comunidade, o qual é levado em consideração os dados epidemiológicos. Além disto, planeja e executa atividades e cuidados de enfermagem de maior complexidade – os de menor complexidade são delegados, em sua grande maioria, aos técnicos de enfermagem – conforme a Lei do Exercício Profissional. Os medicamentos que são estabelecidos em programas de saúde pública podem ser prescritos pelos enfermeiros em suas consultas e atendimentos, assegurando as ações terapêuticas prescritas por outros profissionais. Promove a vigilância à saúde supervisionando a convocação de usuários com agravos, de acordo com a necessidade de saúde identificada (como crianças desnutridas, com baixo desenvolvimento, que faltaram na vacinação, diabético que não retornou para tratamento e outros) e realizando ações educativas. Busca melhoria de qualidade na recepção e encaminhamento dos usuários. Realiza e participa de pesquisa visando a melhoria de qualidade nos atendimentos prestados. Para maior detalhamento de cada tarefa há necessidade de se estudar os manuais do DAB.
Para uma melhor visualização dos assuntos abordados na resposta fizemos a separação das rotinas por itens:

Consulta de enfermagem à criança e à gestante. Pronto atendimento. Vacinação da criança e do adulto; Terapia de reidratação oral; Aerosolterapia. A referência e a contra-referência nos serviços de saúde; O processo de enfermagem e o diagnóstico de enfermagem em saúde pública; Educação em saúde.

 

 

 


Bibliografia Selecionada:

  1. Brasil. Ministério da Saúde. Norma Operacional Básica do Sistema Único de Saúde/ NOB – SUS 1996. Brasília: Ministério da Saúde; 1997. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2002/prt0373_27_02_2002.html
  2. Brasil. Ministério da Saúde. Saúde da família: uma estratégia para reorientação do modelo assistencial. Brasília: Ministério da Saúde; 1997. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cd09_16.pdf
  3. Brasil. Ministério da Saúde. Manual para a organização da atenção básica. Brasil: Ministério da Saúde; 1999. Disponível em: http://dab.saude.gov.br/docs/legislacao/portaria3925_13_11_98.pdf
  4. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de  Saúde. Departamento de Atenção Básica. Cadernos de  atenção básica: programa saúde da família.  Brasília; 2000. (caderno 3 Educação Permanente). Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/caderno_atencao_basica_n1_p1.pdf
  5. Brasil. Ministério da Saúde. Guia Prático do Programa de Saúde da Família (parteI). Brasília: Ministério da Saúde; 2001. Disponível em: http://189.28.128.100/dab/docs/publicacoes/geral/guia_pratico_saude_familia_psf1.pdf
  6. Brasil. Ministério da Saúde. Guia Prático do Programa de Saúde da Família (parteII). Brasília: Ministério da Saúde; 2001
  7. Brasil. Ministério da Saúde. Relatório de gestão: Departamento de Atenção Básica 1998-2002. Brasília: Ministério da Saúde; 2002. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/partes/guia_psf2.pdf
  8. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Departamento de Atenção Básica. Manual de condutas e rotinas para implementação dos serviços de saúde.
  9. Campos GW, et al. Tratado de Saúde Coletiva. Rio de janeiro: Fiocruz; 2006.
  10. Duncan, Bruce B. Medicina ambulatorial: condutas de atenção primária baseada em evidências. 3a ed. Porto Alegre: Artmed; 2004.
  11. Starfield B. Atenção primária: equilíbrio entre necessidades de saúde, serviços e tecnologia. 2a ed. Brasília (DF): UNESCO–Brasil/Ministério da Saúde; 2004. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/atencao_primaria_p1.pdf
  12. Brasil. Ministério da Saúde. Humaniza SUS: documento base para gestores e trabalhadores do SUS. Brasília: Ministério da Saúde; 2004. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/documento_base.pdf