O nódulo autônomo de tireóide, junto com o bócio multinodular tóxico, constituem as principais causas de hipertireoidismo no idoso (hipertireodismos apatético). Do ponto de vista fisiopatológico, produzem e secretam hormônios tireoidianos independentemente do estímulo pelo TSH. À medida que os nódulos crescem, aumenta a produção de T3 e T4, suprime-se a de TSH, e os nódulos aparecem como hipercaptantes ou “quentes” à cintilografia.
Em relação ao adenoma tóxico, o tratamento desses pacientes com drogas antitireoidianas não induzem remissão da doença, no entanto, podem ser utlizadas para atingir o estado eutireoideano em casos graves até o tratamento definitivo. Em idosos, com contraindicação aos tratamentos cirúrgicos e com iodo radioativo, pode-se manter o tratamento contínuo com doses baixas de metimazol (Nível D)¹. Pacientes sem condições clínicas de cirurgia ou com recusa à esse procedimento são candidatos à terapia com I131 (Nível D)¹.
Como opções terapêuticas definitivas, temos a radioidoterpia com Iodo 131 e a tireoidectomia.
O tratamento cirúrgico resulta em normalização mais rápida e confiável dos níveis hormonais e redução nodular com baixa morbi-mortalidade. Ablação por radioiodo também é segura e efetiva, usualmente requerindo uma única dose, mas a normalização hormonal é mais demorada e o tratamento é falho na redução do bócio (Nível B)².
Outras opções como a injeção percutânea de etanol dirigida por ultra–som, ablação a laser ou por radiofrequência tem sido propostas como terapêuticas alternativas no tratamento de nódulo tireoideano autônomo, quando os tratamentos tradicionais estão contraindicados ou foram recusados pelo paciente (Nível B).¹
O BMNT constitui a segunda causa mais frequente de hipertireoidismo e, como o adenoma tóxico, é mais comum em áreas onde há carência de iodo (Nível A)³.
As opções de tratamento são as mesmas descritas para o adenoma tóxico. O tratamento com tionamidas costuma ser reservado apenas para o preparo do pacientes antes do iodo radioativo ou da cirurgia, a fim de controlar o hipertireoidismo, uma vez que a doença é autônoma e, portanto, na retirada da tionamida há reativação do quadro.
Nestas situações, é aconselhado que o médico da APS acompanhe conjuntamente com o especialista focal